O que significa a vitória de Macron para a Síria?

© Sputnik / Vladimir Astapkovich / Acessar o banco de imagensFrench President Emmanuel Macron attends the G20 summit in Buenos Aires, Argentina. November 30, 2018
French President Emmanuel Macron attends the G20 summit in Buenos Aires, Argentina. November 30, 2018 - Sputnik Brasil
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A política do novo presidente francês Emmanuel Macron perante a crise na Síria será de continuidade com a de François Hollande e de maior alinhamento com os Estados Unidos, afirmam especialistas ouvidos pela Sputnik.

Macron venceu as eleições no segundo turno neste domingo (7) contra Marine Le Pen, da Frente Nacional. De acordo com dados do Ministério do Interior, o agora presidente do En Marche! recebeu 66,1% dos votos, enquanto Le Pen obteve 33,9%.

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De acordo com Ali Murad, especialista em estudos árabes e professor da Universidade Árabe de Beirute, uma vitória de Jean-Luc Mélenchon, François Fillon ou Le Pen acarretaria maiores mudanças na política de Paris em relação ao governo da Síria. O especialista apontou que esses três presidenciáveis franceses tinham quase a mesma posição em relação a Bashar Assad e à cooperação com o líder russo Vladimir Putin.

"Mas Macron venceu as eleições e manterá as mesmas políticas em relação ao governo sírio defendidas por François Hollande. Contudo, Macron terá uma postura menos tendenciosa e menos ostensiva que seu antecessor", disse Murad em entrevista à Sputnik.

Sua análise foi reforçada por Ziad Majed, analista político da Universidade Americana de Paris.

"Ele vai continuar a política de Hollande na Síria, mas ele será mais cauteloso. Macron vai esperar os passos de Washington."

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Majed ainda afirmou que a prioridade de Macron será combater o terrorismo no país do Oriente Médio, mas sem necessariamente reconhecer Assad como um parceiro nesta luta.

Durante um debate eleitoral em abril, Macron expressou sua prontidão em atacar o terrorismo, na França e no exterior. O político acolheu a campanha anti-Daesh movida pelos Estados Unidos e afirmou que, se eleito, somaria forças com Washigton em bombardeios contra supostos estoques de armas químicas do governo da Síria.

Já para Murad, em termos de importância para os países árabes, a eleição francesa só perde para o pleito estadunidense. Árabes e muçulmanos estavam temerosos com a possibilidade da vitória de Le Pen.

"Eles (árabes e muçulmanos) estavam preocupados com a possibilidade de políticos da extrema direita serem eleitos na Europa. Como resultado, todas essas pessoas estão mais envolvidas na política do que nunca".

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