Por que Pyongyang não perderia uma guerra contra a Coreia do Sul e EUA

© AFP 2023 / JUNG YEON-JESoldados sul-coreanos e norte-americanos durante exercícios conjuntos na cidade de Pohang, Coreia do Sul, 6 de julho de 2016
Soldados sul-coreanos e norte-americanos durante exercícios conjuntos na cidade de Pohang, Coreia do Sul, 6 de julho de 2016 - Sputnik Brasil
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Os norte-coreanos se preparam para uma guerra urbana, enquanto as tropas sul-coreanas apostam nas suas linhas defensivas, diz o recente artigo do colunista da edição russa Svobodnaya Pressa, Aleksandr Sitnikov.

No início de maio, bombardeiros estratégicos americanos B-1B realizaram um voo sobre a Coreia do Norte para estabelecer os alvos de um possível bombardeio, afirma a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

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Isso aconteceu depois das manobras conjuntas entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos, com a participação do porta-aviões USS Carl Vinson.

A agência sul-coreana lembra que Pyongyang respondeu a esta ameaça avisando que está disposta a afundar o navio americano com um único golpe nuclear.

Pyongyang acredita que suas armas nucleares e mísseis balísticos são um fator de dissuasão da "política inadequada de Washington", que, por sua vez, tem medo de que Kim Jong-un tenha uma má influência nos outros líderes, escreve o analista russo.

Em outras palavras, a possibilidade de uma nova guerra na península coreana continua crescendo rapidamente, considerado o autor do artigo.

Entretanto, nem os Estados Unidos nem a Coreia do Sul apresentam dados sobre o número de norte-coreanos que podem combater em caso de um conflito armado.

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O colunista afirma que a informação sobre 1.200.000 efetivos à disposição do exército norte-coreano não reflete o potencial completo das tropas terrestres de Kim Jong-un.

A agência Yonhap, citando suas próprias fontes, informou que a Coreia do Norte conta com outros 600.000 reservistas bem treinados. Além disso, há cerca de 6 milhões de pessoas que fazem parte das forças paramilitares chamadas Guardas Vermelhos de operários e camponeses, que, muitas vezes, participam dos exercícios.

Isso quer dizer que existem cerca de 8 milhões de pessoas na Coreia do Norte que estão bem treinadas e estão altamente motivadas e prontas para agir em qualquer momento.

De acordo com Sitnikov, apesar da opinião de que a tática militar da Coreia do Norte se concentra na ofensiva, na verdade, esta está orientada para a defesa. Em particular, logo atrás da zona desmilitarizada, os norte-coreanos criaram um potente sistema de fortificações.

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Pyongyang entende que em caso de perder a guerra, não vai contar com o apoio militar da China, como aconteceu em 1950. Os norte-coreanos prepararam quatro linhas de defesa para enfrentar Seul e Washington se estes decidirem atacar. Além disso, há uma guarnição especial, composta de quatro brigadas de elite pronta para lutar até o último soldado.

As armas de Kim Jong-un, em sua maioria, são de origem soviética ou chinesa. Moscou não fornece armas à Coreia do Norte, pelo contrário, aplica todos os esforços para minimizar a produção não licenciada de sistemas russos no exterior.

Destaca-se que Seul, por sua vez, também não está interessada em atacar a Coreia do Norte ainda que considere obsoletas as armas de Pyongyang. Para além disso, a Coreia do Sul está reduzindo o número de militares, o seu exército conta hoje apenas com 490 mil soldados.

O analista também sublinha que a experiência dos EUA no Iraque, especialmente em Mossul, mostrou que, em zonas urbanas, as armas inovadoras perdem quase todas suas vantagens, por isso a ajuda de Washington não será muito útil.

"Em caso de uma guerra, tudo vai depender dos primeiros dias de conflito, porque a maior parte das tropas de ambos os países estão perto da zona desmilitarizada", concluiu Sitnikov

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