Será que EUA venceram e China pode deixar de apoiar Coreia do Norte?

© AP Photo / Alex BrandonDonald Trump, presidente dos EUA e Xi Jinping, seu homólogo chinês falam depois do encontro realizado em 7 de abril de 2017 em Mar-a-Lago
Donald Trump, presidente dos EUA e Xi Jinping, seu homólogo chinês falam depois do encontro realizado em 7 de abril de 2017 em Mar-a-Lago - Sputnik Brasil
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Apesar de os EUA pensarem que conseguiram dobrar a China à sua vontade, isso não é assim. Pequim não deixou de apoiar Pyongyang apesar de criticar seu programa nuclear.

Os analistas entrevistados pela Sputnik China comentam as relações entre os dois países depois de publicações na mídia chinesa sobre a ameaça aos interesses da China que representam os mísseis norte-coreanos.

A Agência Central de Notícias da Coreia (ACNC, ou KCNA, na sigla em inglês) também destacou que a China responsabiliza Pyongyang pelo agravamento nas relações entre os dois países vizinhos. A ACNC apelou à China para que fizesse a escolha correta e a que não submetesse à prova a paciência de Pyongyang.

Kim Jong-un durante parada militar dedicada ao 105 aniversário do seu avô, Kim Il-sung, Pyongyang,  15 de abril de 2017 - Sputnik Brasil
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"Claro que mais uma explosão de troca de descortesias por parte da mídia chinesa e norte-coreana não pode agradar aos russos, vizinhos e amigos da China e da Coreia do Norte. Nós assistimos com receio a tal agravamento da polêmica. Partimos do ponto de vista que este fenômeno é temporário", frisa Aleksandr Vorontsov, especialista do Instituto dos Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia.

Ele destacou que estas polêmicas propagandísticas de ambos os países não parecem ter muitas consequências:

"A China decidiu mostrar aos EUA sua compreensão de toda a gravidade da situação. Pyongyang mostrou que valoriza muito sua linha independente em política externa e que nunca pedirá ajuda econômica à China, um fato que agrada muito a Washington. Não acho que este surto de polêmica propagandística leve ao agravamento das relações intergovernamentais, acho que este incidente não irá alastrar."

Outro analista chamou a atenção ao fato de que na mídia chinesa lê-se a pressão e advertências sérias tanto a Washington, quanto Pequim.

Praça da Paz Celestial, Pequim, China. - Sputnik Brasil
Pequim pede o fim das provocações na península da Coreia
"Dizem que Pequim reduziu o apoio diplomático a Pyongyang, mas isso não é assim. Apoiando o congelamento dos testes nucleares de Pyongyang em troca da suspensão das manobras de Washington e Seul, Pequim apresentou um apoio ao nível mais alto à Coreia do Norte", opina Konstantin Asmolov, analista do Instituto do Extremo Oriente russo, acrescentando que a crítica à Coreia do Sul, inclusive por causa do THAAD, é muito mais dura do que a Pyongyang.

Lu Chao, especialista em relações entre Coreia do Norte e a China, da Academia de Ciências chinesa, destacou a posição sólida de Pequim em relação ao programa nuclear norte-coreano e afirma que as relações entre os dois países já atingiram seu nível mais baixo.

"A China, como país vizinho da Coreia do Norte, também pode enfrentar ameaças às suas regiões fronteiriças por causa do desenvolvimento do programa nuclear. A posição chinesa não pode mudar", sublinha Lu Chao.

Ele considera que a única coisa que prejudica as relações entre Pyongyang e Pequim é o programa nuclear da Coreia do Norte.

Na quinta-feira (4), Geng Shuang, representante da chancelaria chinesa, comentando as publicações na mídia, notou que a posição da China é uma posição amigável em relação à Coreia do Norte e que ela quer a normalização da situação na península da Coreia.

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