Conseguirá Trump forçar Coreia do Sul a pagar pelo THAAD?

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Apesar dos acordos originais, que previam oferecimento da plataforma de instalação pela Coreia do Sul e pagamento dos custos pelos EUA, todas as despesas atuais e futuras, ligadas à instalação e manutenção dos complexos, poderiam vir a ser responsabilidade de Seul, conta o especialista militar sul-coreano, Kim Dongyeop.

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O Ministério da Defesa da Coreia do Sul continua negando a necessidade de repetir as conversações sobre sistema de mísseis antibalísticos THAAD sem haver motivos reais, pois as condições da instalação foram decididas em acordos anteriores. A parte americana, representada por Herbert McMaster, conselheiro da Segurança Nacional dos EUA, defende que "todos os acordos com os países-aliados sobre defesa serão reconsiderados e que todas as despesas serão divididas. O assunto da instalação do THAAD na Coreia será o primeiro a ser reconsiderado".

Esta afirmação causou mais receios na Coreia do Sul, onde quem terá que arcar com as despesas são os contribuintes.

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Segundo especialistas sul-coreanos, ao usar o THAAD desse modo, EUA tentam exigir o aumento dos custos, pagos no âmbito do acordo de defesa conjunta. No entanto, em comparação com o Japão, que publica informação detalhada sobre despesas conjuntas, o governo sul-coreano divulga apenas informações sobre os três artigos principais, sendo muito difícil entender se estas despesas compreendem ao THAAD ou não. Sendo assim, EUA podem incluir as despesas de instalação e manutenção do THAAD na lista dos gastos da defesa conjunta, que vem acumulando desde 2014.

O especialista do Instituto de Problemas do Extremo Oriente da Universidade de Kyungnam, Kim Dongyeop, comenta a situação à Sputnik Coreia.

"O dinheiro não utilizado para a defesa conjunta, acumulado nos três artigos principais, totalizou 950 bilhões de uones sul-coreanos [R$ 2,6 bilhões], que provavelmente será usado para construir estruturas em Seongju, necessárias para instalação do THAAD", opina Kim Dongyeop.

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Ele destaca que "há muito tempo era esperado que os EUA exigissem aumento do financiamento de Seul com a defesa conjunta ou exercessem pressão em Seul para comprar suas armas, aumentando, assim, os financiamentos da Coreia do Sul com defesa". Por isso, mesmo que o custo de instalação e manutenção dos complexos THAAD na primeira etapa seja compensado por meios não usados, Seul não ficará livre de aumentar seus financiamentos.

"Receio que a declaração de McMaster sobre 'distribuição de responsabilidades pela defesa conjunta' possa significar em uma necessidade de adquirir complexos do THAAD adicionais", acrescenta Kim Dongyeop.

De acordo com o especialista, a Coreia do Sul não deve comprar complexos dos EUA, assumindo, assim, seu controle para demonstrar à China e à Rússia que o alvo principal do THAAD é a Coreia do Norte.

"Neste caso, quando a eficiência do THAAD contra mísseis norte-coreanos não é confirmada, os apelos como 'comprar e usar independentemente o THAAD' também me parecem bastante perigosos", concluiu o especialista.

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