Poroshenko considera haver uma ‘verdadeira guerra’ em Donbass

© AP Photo / Irina GorbasevaPresidente ucraniano Pyotr Poroshenko examina a construção de fortificações na região de Donetsk (foto de arquivo)
Presidente ucraniano Pyotr Poroshenko examina a construção de fortificações na região de Donetsk (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O ano político na Ucrânia está acabando, e Kiev volta a lembrar a “guerra com a Rússia” que, sob controle atento do governo, faz sofrer toda a população. A Ucrânia está sofrendo mesmo, mas de outras coisas, considera a observadora do serviço russo da Rádio Sputnik Daria Cherednik.

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Os políticos ucranianos não têm mínima vontade de cumprir os Acordos de Minsk, mas continuam explorando em seus discursos públicos o tópico da "guerra com a Rússia". Vale destacar que, dependendo do auditório, os discursos mudam. Perante o público ucraniano, o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional (CSDN) da Ucrânia Aleksandr Turchinov, por exemplo, está avançando a ideia de uma guerra inevitável de grande escala com a Rússia. Ele tem certeza, e ainda dispõe de alguns dados, sobre a plena preparação para um ataque. Segundo ele, tanto o complexo militar-industrial como o exército não têm outro objetivo senão este ataque. E mais, duas unidades do exército estarão prontas para invadir o território ucraniano em 2-3 horas, apenas esperando pelo sinal. Mais ainda, os exercícios militares conjuntos russo-bielorrussos Zapad 2017 são uma das etapas da preparação para uma guerra não só contra a Ucrânia, mas também contra países da Europa de Leste e Central.

Claro que não há nenhumas provas ou mensagens cifradas secretas que o presidente do CSDN queira apresentar. Mas para quê? O mais importante é assustar a população e explicar para onde foge o dinheiro público. Foge para sustentar o exército, que está lutando em Donbass contra o alcoolismo e seus próprios fantasmas, ao mesmo tempo que metralha constantemente os habitantes das repúblicas autoproclamadas de Lugansk e Donetsk.

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Pyotr Poroshenko, por sua vez, explica em entrevista ao canal televisivo Sky News que é errado considerar o conflito como "congelado", pois é uma guerra real em andamento.

Os habitantes de Donbass, com quem está lutando Kiev, sabem isso e também que o regime de cessar-fogo completo devia ter começado ainda em fevereiro de 2015, de acordo com os Acordos de Minsk. Mas as autoridades ucranianas preferem adiar seu cumprimento, assim como acham facultativos os compromissos assumidos com a assinatura do documento. Ou seja, quem deve os cumprir é a Rússia e não a Ucrânia, apesar do fato de os acordos não conterem uma só palavra sobre as obrigações de Moscou, que são as mesmas que as da França e Alemanha. Mas Kiev prefere não se lembrar disso e continua perdendo tempo discutindo o tema da agressão russa. Mas ninguém já acredita nisso, mesmo na Ucrânia.

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