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Lava Jato: Operador de Serra já repassou recursos para ex-amante de FHC

© AFP 2023 / EVARISTO SA / Acessar o banco de imagensJosé Serra, chanceler do governo provisório Temer
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O empresário Jonas Barcellos possui laços antigos com o PSDB. O que o dono da Brasif – empresa que administra lojas de freeshops em aeroportos do país – não esperava é ver o seu nome arrastado para a Operação Lava Jato justamente por sua relação com tucanos.

O executivo da Odebrecht Luiz Eduardo Soares afirmou, em delação premiada, que Barcellos emprestou uma conta sua no exterior para receber US$ 2 milhões, valor que tinha como destinatário, de acordo com Soares, o senador José Serra (PSDB-SP).

O valor teria origem no envolvimento da empreiteira com obras do Rodoanel Sul, em São Paulo, em 2010. No mesmo ano, Serra foi candidato à Presidência da República, mas acabou derrotado pela petista Dilma Rousseff.

Quatorze meses antes, o nome de Barcellos foi ligado a outro tucano, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Mas o assunto não tinha nada a ver com a Lava Jato. Na verdade, a Brasif teria sido o caminho de recursos enviados ao exterior por FHC para a jornalista Mirian Dutra, uma ex-amante sua. A mesma alega que Cardoso é o pai do seu único filho.

A denúncia foi feita pela própria Mirian Dutra, em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. A jornalista, com quem FHC teve um relacionamento extraconjugal entre os anos 1980 e 1990, disse que “nunca pisou” em uma loja de aeroporto para trabalhar – contrariando o argumento da Brasif, que dizia a ter contratado para serviços de consultoria.

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FHC negou qualquer irregularidade à época. Mencionou inclusive um teste de DNA que comprovaria que o filho de Mirian Dutra não era seu filho, mas que ainda sim pagou os estudos do jovem no exterior. A Polícia Federal passou a investigar o caso, que acabou arquivado, principalmente porque a própria jornalista recuou dias depois da bombástica entrevista.

O círculo que envolve a tríade Barcellos-Serra-FHC se fecha de maneira “assustadora”. É o que se pensa quando fala-se em fantasmas. E o que dizer de ‘funcionária fantasma’? Pois esse título recaiu justamente sobre a irmã de Mirian Dutra, Margrit Dutra Schmidt. Apesar de receber salário do gabinete de José Serra em Brasília, ela jamais foi vista trabalhando por lá, como revelou o jornal O Globo, em fevereiro de 2016.

Não é só: o marido de Margrit, o lobista Fernando Lemos, foi apontado por Mirian como aquele que intermediou o acerto para o envio de recursos de FHC para ela ao exterior. Na oportunidade que a relação com Serra veio a público, ela desapareceu das redes sociais, nas quais se dizia cansada da corrupção e favorável ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

Todos os políticos envolvidos negam irregularidades em todos os casos mencionados. Barcellos também, tanto que informou que a Brasif não comenta processos “sobre os quais não tiver conhecimento”.

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