Político ucraniano sonha com ofensiva em Donbass

© AP Photo / Evgeniy MaloletkaMilitares ucranianos em Donbass
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O secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia Aleksandr Turchinov anunciou a ofensiva das forças armadas ucranianas em Donbass. Segundo as palavras dele "o mais importante é não atravessar inadvertidamente a fronteira".

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"O ano passado foi primeiro em que nós não perdemos nenhum metro de terra, mas pelo contrário – ganhamos dezenas de quilômetros", declarou Turchinov em entrevista à BBC Ucrânia. Segundo as palavras dele, os militares devem "avançar para leste metro após metro e quilômetro após quilômetro".

O Ministério da Defesa da autoproclamada RPD (República Popular de Donetsk) destacou que as palavras de Turchinov provam a violação dos acordos de Minsk pela parte de Kiev.

"Turchinov é uma personalidade oficial, ele chefia o Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia e declara de forma aberta que eles violam os acordos de Minsk e avançam para dentro da zona cinzenta", contou aos jornalistas o vice-comandante do estado-maior operacional da autoproclamada RPD, Eduard Basurin, esperando que os participantes do processo de Minsk prestem atenção à posição de Turchinov.

Na quarta-feira (12), o presidente ucraniano Pyotr Poroshenko declarou que as tropas blindadas estão em prontidão de combate e podem avançar para a frente em qualquer momento.

Kiev irá "proteger" a Europa

Na terça-feira (12), Turchinov apresentou uma declaração ainda mais notória. Segundo as palavras dele, a Ucrânia está recuperando seu escudo de mísseis, que deverá vir a fazer "parte do sistema único de segurança no continente europeu".

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"Os cientistas e engenheiros ucranianos são mestres com reconhecimento mundial na área da construção aeronáutica e de mísseis. As empresas do complexo aeroespacial ucraniano cumprem suas tarefas atuais em segurança e defesa nacional", declarou Turchinov, parabenizando os ucranianos pelo dia dos trabalhadores do setor aeroespacial, que se comemora no país no dia 12 de abril.

No mesmo dia, o Conselho de Segurança e Defesa Nacional (CSDN) anunciou os testes com sucesso dos novos mísseis que foram dirigidos pelo Turchinov a partir "do seu posto de trabalho".

O resultado dos testes foi um "reforço" para as Forças Armadas da Ucrânia (FAU). "O centro de situações principal recebeu para sua disposição um posto de comando móvel que permite dirigir operações de qualquer dificuldade a partir de qualquer ponto da Ucrânia", destacou o serviço de imprensa do CSDN.

De acordo com os dados do CSDN, o posto de comando móvel está equipado com um sistema de comunicação áudio e vídeo protegido, drones e um sistema de videovigilância.

Contudo, o departamento não esclareceu quais foram os mísseis usados durante os testes e onde eles foram realizados.

A situação em Donbass

Antes, os combatentes das autoproclamadas RPD e RPL chegaram a um acordo com Kiev a respeito de uma trégua. O regime de cessar-fogo devia entrar em vigor às 10h00 de quinta-feira.

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As autoridades da RPD declararam que os militares ucranianos violaram o acordo imediatamente.

"Não prestamos atenção às promessas de Kiev [sobre a trégua] porque Kiev nunca cumpre sua promessa. O último cessar-fogo proclamado por Kiev foi violado da sua parte menos de uma hora após o início", disse o chefe da RPD Aleksandr Zakharchenko durante uma comunicação com os cidadãos.

A falta de vontade por parte de Kiev de cumprir uma trégua é comprovada pela decisão do presidente Pyotr Poroshenko de aumentar o pagamento adicional aos militares que estão em Donbass. O líder ucraniano destacou isso na quarta-feira (12).

Pela última vez os salários aos militares foram aumentados em janeiro de 2016. De acordo com as antigas tabelas o salário de um soldado é a partir de 260 dólares e o de um comandante de brigada – a partir de 594 dólares.

Além disso, aos militares que estão em serviço na linha de contato compete um complemento de 156 dólares, e quem está na segunda linha recebe mais 44 dólares.

"Desde 1 de abril, os militares que estão na linha da frente vão receber uma remuneração de 278 dólares. A quem está na segunda linha o pagamento vai ser aumentado para até 130 dólares", diz Poroshenko.

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Os militares ucranianos disseram muitas vezes que estão prontos para avançar. Assim, por exemplo, no início de abril o comandante da "legião georgiana" Mamuka Mamulashvili declarou que Kiev está preparada para recuperar o controle sobre o Donbass.

As perspectivas do Exército ucraniano em Donbass

O diretor do Centro de Política Liberal Conservadora Pyotr Stolypin e Pyotr Struve, Aleksandr Kazakov, opina que Kiev não vai cumprir os acordos de Minsk, o que provam os bombardeios continuados de Donbass.

"Eu diria assim: nenhuma ação da Ucrânia durante os últimos dois anos se enquadra em Minsk-2. Além disso, mesmo o comportamento das autoridades de Kiev não se enquadra em Minsk-2. Estas autoridades quase políticas tomaram a decisão de bloquear em vez de desbloquear Donbass, como está escrito nos acordos de Minsk. As forças armadas da Ucrânia bombardeiam Donbass a cada dia", destacou Kazakov no ar do serviço russo da rádio Sputnik.

Entretanto, o especialista duvida da capacidade de Kiev para resolver este conflito através da força.

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"Quanto à quantidade de pessoal e de material militar e munições na linha de frente, a parte ucraniana, pelos vistos é forte. Mas, ao mesmo tempo, nós sabemos que entre o exército ucraniano domina a decomposição moral, há diariamente informações sobre deserções. As forças armadas da Ucrânia não querem combater. Ou seja, segundo os indicadores quantitativos, elas são ameaçadoras, mas elas não têm qualquer espirito combativo", ressaltou ele.

"Por isso, quando os ucranianos começarem a campanha militar em larga escala, eles serão vencidos como das duas vezes anteriores. Não há qualquer dúvida", acrescentou o cientista político.

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