O que ataque contra base aérea síria tem a ver com visita do líder chinês aos EUA?

© REUTERS / Carlos BarriaPresidente chines, Xi Jinping, durante encontro com Donald Trump na Fórida, 6 de avril de 2017
Presidente chines, Xi Jinping, durante encontro com Donald Trump na Fórida, 6 de avril de 2017 - Sputnik Brasil
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O bombardeio americano contra base síria de Shayrat durante a cúpula sino-americana foi uma ação planejada de antemão, afirmam especialistas.

O ataque transmite um sinal à China: os EUA estão prontos a desempenhar o papel de policial mundial, a serem mais ativos na península da Coreia e na área do mar do Sul da China, consideram diversos analistas russos entrevistados pela Sputnik China. Ao mesmo tempo, eles opinam que esta ação foi um grande erro dos EUA, pois a China não cede à pressão de Washington.

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Pela primeira vez desde o início do conflito na Síria, os EUA realizaram um bombardeio massivo contra uma base militar da Força Aérea síria. O presidente Trump, como comunicou a AFP, informou o líder chinês sobre o ataque dos militares americanos. As informações testemunham que a operação foi realizada exatamente na hora de almoço conjunto de Trump e Xi Jinping em Mar-a-Lago (estado da Flórida, EUA).

Vladimir Evseev, analista militar russo, aponta que não se tratou de uma coincidência, os EUA quiseram mostrar o seu poder na Síria e influenciar a China, mostrar que, se podem usar a força na Síria, podem-na usar em qualquer outro lugar, por exemplo, no mar do Sul da China.

"Foi um sinal para a China. Um sinal sobre prontidão dos EUA de usar as Forças Armadas para defender os seus interesses nacionais, embora tal não esteja muito claro no exemplo da Síria. O ataque dos americanos é uma provocação. Tudo se parece muito com uma operação especialmente preparada, que sem dúvida foi feita coincidir com a visita do líder chinês", destaca o analista.

Outro especialista russo, Aleksandr Lomanov, recorda o provérbio chinês "matar a galinha para assustar o macaco" e vê em toda esta situação uma demonstração por Trump do poder americano.

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"Xi Jinping tem que levar um susto e dizer o seguinte: para que não haja guerra na península da Coreia, nós próprios vamos eliminar o regime de Pyongyang, para que tudo fique bem. Acredito que Trump teve mais ou menos essa ideia. Receio que, na realidade, nada parecido aconteça. A demonstração de força na Síria não fará com que as autoridades chinesas capitulem em relação da Coreia do Norte", pressupõe Lomanov.

"Que efeito tem esta ação de Trump em Xi Jinping, que, ao contrário do presidente dos EUA, é um político com experiência enorme e forte intuição?", pergunta Aleksandr Lomanov, e logo responde: Veremos, para isso é preciso tempo".

Vasily Kashin, especialista militar russo, considera por sua vez que Trump cometeu um erro, porque a parte chinesa pode ver nesta ação uma tentativa de humilhar. Kashin está seguro de que, primeiro, a China não fará nada, mas depois vai reagir adequadamente.

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No ponto de vista de Yu Chu, especialista militar independente, a China não foi único alvo da ação americana.

"Apesar de quererem excluir Bashar Assad da resolução da crise síria, os EUA tentaram mostrar à Rússia e à comunidade internacional sua firmeza, independência e posição dominante na resolução do problema sírio", opina o especialista chinês.

Na sexta-feira (7) Hu Chuning, representante oficial da chancelaria chinesa, declarou que a China respeita o governo de Assad e que seu futuro tem que ser determinado pelo povo sírio.

"A China sempre foi contra o uso da força militar nas relações internacionais. Os conflitos devem ser resolvidos por meio das negociações e diálogo. Preocupamo-nos cada vez mais com a situação atual na Síria", disse o diplomata.

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