Questão de 10 minutos: mísseis norte-coreanos podem atingir Japão

© REUTERS / KCNAMíssil de longo alcance da Coreia do Norte
Míssil de longo alcance da Coreia do Norte - Sputnik Brasil
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Os mísseis balísticos lançados por Pyongyang a apenas 300 quilômetros da costa japonesa causam preocupações do país asiático. Os políticos e analistas que insistem em ultrapassar as linhas vermelhas da proclamada política antiguerra japonesa falam em voz cada vez mais alta, adverte a edição The National Interest.

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"É um novo nível de ameaça", foi assim que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe comentou os recentes exercícios norte-coreanos. Aparentemente, o chefe do governo japonês está sendo fortemente pressionado pela opinião pública do país e os seus próprios assessores após mais um lançamento de um projétil balístico do mar do Japão (também conhecido como mar do Leste), realizado pela Coreia do Norte em 5 de abril.

"Atualmente, estamos examinando o que se deve fazer para enfrentar a situação na qual o inimigo lança um míssil que é capaz de alcançar o território do Japão. Tenho que frisar que a nossa resposta será destinada a prevenir que seja realizado um segundo ou um terceiro ataque. Em outras palavras, não é um ataque preventivo que estamos estudando, mas um contra-ataque", explicou Itsunori Onodera, o ex-ministro da Defesa japonês.

Esta discussão continua sendo travada por outros estadistas e analistas japoneses que insistem em que o país se vê obrigado a reinterpretar a famosa cláusula pacifista da Carta Magna japonesa.

O país do sol nascente goza de uma potente proteção por parte dos EUA, com uns 50 mil soldados americanos instalados no seu território e com os sistemas THAAD implantados na Coreia do Sul. O grupo do ex-ministro da Defesa Onodera propõe também que o THAAD seja instalado no Japão.

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Embora o próprio Donald Trump tenha reiterado o compromisso de Washington em defender o seu principal aliado asiático a 100%, em Tóquio reina a dúvida sobre a determinação da Casa Branca de participar em um conflito na península coreana, tendo em conta as armas nucleares desenvolvidas pela Coreia do Norte em larga escala, o que torna impossível para os EUA destruí-la em só uma vez, segundo Narushige Michishita, professor japonês citado pela National Interest.

Entretanto, alguns analistas insistem em que tais afirmações parecem exageradas, pelo menos, já que Pyongyang, de qualquer maneira, carece das tecnologias necessárias. Algumas fontes avaliam a quantidade do plutônio que a Coreia do Norte poderá ter em 38,5 quilos. O analista David Albright calculou que o país possui material suficiente radioativo para produzir entre 8 e 11 armas nucleares.

Entretanto, Narushige Michishita ressalta a ameaça que outro míssil balístico de médio alcance norte-coreano, o Nodong, representa para o Japão.

"Seu alcance é de 1.300 km. Uma vez lançado, poderá alcançar o território do Japão em uns 10 minutos. Ou seja, estamos no seu alcance", advertiu o professor.

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