Frase de Dijsselbloem sobre 'álcool e mulheres' provoca escândalo em Portugal e Espanha

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Luis de Guindos, ministro da Economia da Espanha, lamenta que Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, não tenha aproveitado a possibilidade de pedir desculpas pelas suas declarações em que acusou os países do Sul da Europa de gastar seu dinheiro em "álcool e mulheres".

"Esperava que ele se arrependesse", disse esta quarta-feira (22) o ministro espanhol em declarações à imprensa.

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Dijsselbloem afirmou em uma conversa com o diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung que os países do Norte da Europa tinham se mostrado solidários com os Estados da União Europeia afetados pela crise do euro e que esses países, que haviam pedido ajuda, têm algumas obrigações, porque "não se pode gastar todo o dinheiro em bebidas alcoólicas e mulheres e, em seguida, pedir que os ajudem".

Apesar da reprovação que suas palavras geraram entre os países do Sul da Europa, o deputado afirmou na tarde de terça-feira (21) que não pretendia apresentar qualquer tipo de pedido de desculpas.

"As declarações parecem-me infelizes do ponto de vista da forma e de conteúdo", insistiu Luis de Guindos, que também mostrou sua reprovação pelas palavras de Dijsselbloem na terça-feira, durante sua participação da reunião de ministros da Economia e Finanças da União Europeia (Ecofin).

O ministro espanhol afirmou não acreditar que "Portugal, Grécia, Chipre e Irlanda tenham desbaratado o dinheiro" e destacou que "a solidariedade é importante".
Neste sentido, de Guindos também ressaltou que os países do Sul da Europa não só recebem ajuda, mas que também a prestam quando é necessário, por isso "fazer esse tipo de comparação não é o ideal".

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Na noite da terça-feira (21), Augusto Santos Silva, ministro português das Relações Exteriores, pediu que Dijsselbloem fosse afastado do seu cargo de presidente do Eurogrupo. O político português destacou que as declarações de Dijsselbloem "são declarações muito infelizes e, do ponto de vista português, absolutamente inaceitáveis".
Segundo Augusto Santos Silva, Dijsselbloem tem uma percepção errada da situação em que se encontraram Espanha, Portugal e Irlanda.

"O que se passou com países como Portugal, Espanha ou Irlanda não foi termos gasto dinheiro a mais. O que aconteceu foi que nós, como outros países vulneráveis, sofremos os efeitos negativos da maior crise mundial desde os tempos da grande depressão e as consequências da Europa, e a sua união econômica e monetária, não estar suficientemente habilitada com os instrumentos que nos permitissem responder a todos aos choques que enfrentamos", disse Augusto Santos Silva citado pelo jornal Expresso.

As palavras do presidente do Eurogrupo, considera ministro português, mostram que o "senhor Dijsselbloem não tem nenhumas condições para permanecer à frente do Eurogrupo".

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