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Carne Fraca: Veterinário diz que substância para preservar carne não produz câncer

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O veterinário Sebastião Costa Guedes, Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, falou com a Sputnik Brasil e esclareceu questões pertinentes à Operação Carne Fraca, deflagrada na sexta-feira pela Polícia Federal.

Após revelar que dezenas de empresas do setor alimentício estão sendo investigadas por estar envolvidas em um esquema de corrupção que liberava a comercialização de alimentos produzidos por frigoríficos sem a devida fiscalização sanitária, a Polícia Federal informou que substâncias como ácido ascórbico eram adicionadas à carne para conservá-la, o que poderia gerar impacto na saúde dos consumidores tal como câncer.

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Peças do inquérito revelaram que carnes eram vendidas fora do prazo de validade, misturadas com papelão e até com substâncias cancerígenas.

Sobre estas questões suscitadas na investigação policial, que abrange frigoríficos e funcionários do setor de fiscalização do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a Sputnik Brasil entrou em contato com o veterinário Sebastião Costa Guedes, Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária e Presidente em exercício do CNPC, Conselho Nacional da Pecuária de Corte.

O Dr. Sebastião Costa Guedes garantiu que o ácido ascórbico, além de não ser agente cancerígeno, é mundialmente recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela FAO (Organização das Nações Unidas Para Alimentação e Agricultura. 

Mas, para o Dr. Sebastião Costa Guedes, a prioridade da Polícia Federal e do Poder Judiciário deve ser a identificação e a punição de todos os responsáveis por estes atos de corrupção:

“Essa investigação nós esperamos que vá até o fim, que se identifiquem os culpados e que eles sejam punidos. Eles estão causando um tremendo mal não só ao público como também aos produtores, à opinião pública e, até mesmo, com reflexos internacionais", disse ele. 

"Nós precisamos separar, realmente, esses indivíduos. O Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, relatou que isso envolve 21 empresas num universo de mais de 4.700 empresas, e envolve 33 funcionários públicos num universo de 11 mil funcionários. Então, é uma minoria ínfima que deve ser punida com severidade”, acrescentou. 

Para o Dr. Sebastião Costa Guedes, o país trata o processamento da carne com a maior seriedade:

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“O Brasil é um país sério que tem uma ótima infraestrutura de frigoríficos e um ótimo nível de produção. Nós temos qualidade nas nossas carnes, especial, a bovina. Então, estamos sendo vítimas desta nota [sobre a Operação Carne Fraca] divulgada pela Polícia Federal. Mas nós compartilhamos da ideia de que a Polícia Federal tem mesmo que aprofundar as investigações e isolar os chamados criminosos, digamos assim, com a criminalidade caracterizada. Porque o estrago que se fez na opinião pública brasileira é muito grande”, disse Guedes. 

Além disso, o Dr. Sebastião Costa Guedes defendeu também que substâncias usadas para preservar as carnes, divulgadas como nocivas, são normais e utilizadas no mundo inteiro. 

“Está havendo uma certa confusão no que a Polícia Federal tem divulgado. Há substâncias que são normais para o tratamento dos embutidos da carne como o ácido ascórbico que é a adição da Vitamina C. Trata-se de um conservante perfeita e normalmente utilizado no mundo inteiro e que é recomendado tanto pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como pela FAO (o órgão das Nações Unidas Para Alimentação e Agricultura)", disse.

Segundo ele, trata-se de "uma substância recomendada pelos Códigos Alimentares destas duas entidades e, portanto, não são cancerígenos".

"Está havendo confusão e falta de conhecimento técnico. Até entendemos que a Polícia Federal não pôde informar ao Ministério da Agricultura a realização da Operação Carne Fraca porque havia suspeitos do Ministério envolvidos nesta investigação mas agora tudo vai-se esclarecer”, concluiu.

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