Orçamento em construção: Trump está disposto a cortar verba do Departamento de Estado

© REUTERS / Yuri GripasA bandeira nacional dos EUA voa sobre o Departamento de Estado em Washington 24 de marco de 2015
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Ao analisar a parte do orçamento federal, publicada em 16 de março, pode-se concluir que Washington não está disposto a financiar projetos do Departamento de Estado (precisamente, os planos de "poder suave" sobre os Estados estrangeiros) no mesmo valor como antes.

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Segundo o documento publicado, o financiamento da entidade será cortado em 25%, sendo que em troca disso as autoridades americanas vão apostar no exército e na marinha. De acordo com o diretor do Departamento de Gestão e Orçamento da Casa Branca, Mike Mulvaney, trata-se de uma política coerente que o presidente Trump persegue: ou seja, do "poder suave" para "poder duro".

Orçamento que aterroriza os verdes

O primeiro projeto do plano financeiro para 2018 foi publicado pela Casa Branca no final de fevereiro deste ano e provocou uma onda de críticas não só dos democratas, mas também dos republicanos.

Segundo propôs Trump, os EUA tiveram que redistribuir o dinheiro para aparecer uma oportunidade de aumentar as despesas com a defesa. O presidente se mostrou pronto a cortar programas ecológicos, pesquisas humanitárias e ajuda aos desfavorecidos.

Além disso, ele anunciou seu intuito de reduzir em 25% o orçamento estimado em 30 bilhões dos programas conhecidos como "assistência aos Estados estrangeiros" que, além de outras, inclui despesas com a promoção da democracia no mundo.

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Sem se limitar a essa decisão importante, Trump achou possível reduzir o financiamento do Programa Assistencial de Nutrição Suplementar batizado como Food Stamps Program. Entretanto, os programas de ajuda aos veteranos ficaram ilesos.

Em alguns casos, como se pode adivinhar, a vontade do presidente de reduzir as despesas está relacionada não só com o intuito de economizar "custe o que custar". O programa de controle ecológico EPA, por exemplo, realiza pesquisas sobre as mudanças climáticas.

Não é surpreendente que Trump não esteja disposto a pagar todas suas atividades, já que durante sua campanha eleitoral ele várias vezes se referiu ao aquecimento global como farsa.

Após que, em 16 de março, foi publicado o novo projeto orçamentário, ficou claro que o EPA está condenada a morte: pela falta de financiamento, a agência terá que demitir cerca de 3 mil funcionários.

Quem pagará pelo muro com México?

A indignação dos críticos é compreensível se levarmos em consideração as esferas que se beneficiarão com a redistribuição das verbas. Dois meses após a tomada de posse, Trump, pela primeira vez, de fato reconheceu que a construção do muro contra migrantes na fronteira com o México será financiado pelos EUA.

As despesas são estimadas em 1,4 bilhões de dólares. Mais cedo, Trump afirmou que seriam apenas os mexicanos que iriam pagar, talvez através de taxas de importação aumentadas para aos produtos mexicanos.

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O reforço do financiamento de tal entidade como a polícia americana proposto por Trump também pode ser explicado pela necessidade de lutar contra a imigração ilegal.

Segundo dados não verificados, publicados pela mídia americana, o presidente dos EUA, em uma conversa com seu homólogo mexicano, ameaçou usar as forças de segurança americanas no México caso o país latino-americano não fosse capaz de regular seus fluxos migratórios por si só.

Porém, o vencedor principal na luta pela "partilha do bolo" orçamentário, na versão Trump, é o Pentágono mesmo, já que se planeja aumentar seu financiamento em 50 bilhões de dólares, o que representa o maior crescimento desde o governo de Ronald Reagan na década de 80.

Grande déficit orçamental

O principal problema enfrentado por Trump, que distribui o dinheiro dos contribuintes, é o seguinte: como é possível aumentar as despesas sem aumentar os impostos?

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O programa do atual presidente foi criticado ainda durante o período da campanha eleitoral pela mistura dos elementos de esquerda e de direita, quer dizer, despesas bastante elevadas e verbas orçamentárias baixas. O resultado mais lógico nesta situação é a presença de déficit orçamental.

Mesmo levando em consideração que o projeto final do orçamento será lançado em maio de 2017, o que nos priva de uma oportunidade de avaliar o valor real do déficit, tudo nos leva a crer que ele será significativo.

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