Qual será o cenário da guerra possível entre EUA e Coreia do Norte?

© AFP 2023 / Johannes EiseleSoldados norte-americanos no Afeganistão
Soldados norte-americanos no Afeganistão - Sputnik Brasil
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Parece que EUA se preparam para uma revisão séria da sua política em relação à Coreia do Norte.

"Acho que é importante perceber que os esforços diplomáticos dos últimos 20 anos para trazer a Coreia do Norte à mesa de negociações fracassaram", comunicou o secretário de Estado Rex Tillerson durante a sua visita ao Japão.

Militares do batalhão de guerra química do exército dos EUA numa base militar na Coreia do Sul - Sputnik Brasil
EUA não excluem aplicação de força contra Coreia do Norte
Segundo Tillerson, durante este período os EUA cederam 1,35 bilhões de dólares de ajuda à Coreia do Norte, mas isso levou apenas ao reforço das capacidades nucleares da Coreia do Norte.

"É claro que é necessário buscar outra abordagem", comunicou o diplomata norte-americano.

Nas condições atuais entre Coreia do Norte e EUA, outra abordagem pode significar a preparação de uma operação militar. Segundo o The Washington Post, a Casa Branca elaborou a expressão especial "kinetic options", que significa a possibilidade de utilização da força contra a Coreia do Norte.

Aqui surge a questão sobre o cenário de uma possível guerra entre os dois países. Parece que os EUA têm um plano para isso, que pode conter a utilização de vários elementos letais e definitivos.

O primeiro elemento é um ataque com armas hipersônicas de alta precisão contra objetivos de maior importância. Por isso, a expressão kinetic options pode significar, por exemplo, bombas aéreas como a BLU-113, que foi utilizada no Iraque, ou o míssil hipersônico X-51A Waverider. Aqui é mais provável que se preveja a utilização de um míssil hipersônico, bem como a realização do programa Prompt Global Strike, que prevê a realização de um ataque contra qualquer ponto em 60 minutos após a decisão correspondente.

O segundo elemento é um ataque aéreo em massa com uso dos caças mais recentes F-22 (pelo menos 4 caças foram deslocados para a Coreia do Sul) e F-35 (baseados no Japão). Se prevê que a defesa antiaérea norte-coreana não possa conter o ataque dos caças e eles eliminem o sistema de comando e os objetivos mais importantes que já foram atacados com armas hipersônicas.

© Foto / WikimediaAéronave Boeing X-51A Waveride com mísseis hipersônicos
Aéronave Boeing X-51A Waveride com mísseis hipersônicos  - Sputnik Brasil
Aéronave Boeing X-51A Waveride com mísseis hipersônicos

O terceiro elemento é o desembarque de um contingente de forças terrestres que deverão capturar ou eliminar as autoridades políticas e militares. Depois disso a guerra deverá acabar.

O ponto potencialmente novo desta estratégia é só a utilização de mísseis hipersônicos, no resto a operação contra a Coreia do Norte repete o cenário da campanha militar no Iraque de 2003 que se baseia na supremacia técnica e conta com a desmoralização do exército norte-coreano.

Mas vale a pena perceber que a Coreia do Norte não é o Iraque, e é claro que o nível de resistência à invasão norte-americana será mais alto. Porque na verdade a Coreia do Norte tem capacidade para responder.

Mísseis balísticos durante desfile na Coreia do Norte - Sputnik Brasil
Coreia do Norte ameaça atacar armas estratégicas dos EUA
Primeiro, a Coreia do Norte tem um sistema desenvolvido de abrigos antiaéreos subterrâneos, construídos durante o período após a Guerra da Coreia, e não é fácil destrui-lo. Segundo, em caso de ataque contra estados-maiores e vias de comunicação, a Coreia do Norte tem cenários prontos para ações em caso de guerra. Terceiro, a Coreia do Norte obteve a possibilidade de efetuar um golpe preventivo próprio.

Nesse contexto, existem dúvidas de que os EUA possam destruir estados-maiores, vias de comunicação e abrigos de mísseis balísticos e outros objetos importantes, mesmo que o primeiro ataque seja inesperado. Em caso de fracasso de um ponto, todos outros pontos do plano norte-americano se arriscam a fracassar.

Como resultado surge a conclusão que uma vitória fácil dos EUA não terá lugar. Se o conflito na península começar, a guerra será longa e destrutiva. Ela vai destruir economicamente a Coreia do Sul, minará a força do Japão e destruirá todos os resultados dos EUA na região.

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