Opinião: cooperação com Rússia protegerá Sérvia do 'Exército do Kosovo'

© AP Photo / Visar KryeziuHashim Thaci, o comandante do Exército de Libertação do Kosovo (ELK), considerado por muitos países, inclusive a Sérvia, como terrorista. Foto de arquivo de 1999.
Hashim Thaci, o comandante do Exército de Libertação do Kosovo (ELK), considerado por muitos países, inclusive a Sérvia, como terrorista. Foto de arquivo de 1999. - Sputnik Brasil
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O presidente do autoproclamado Kosovo, Hashim Thaci, prestou queixa à OTAN em relação à Rússia.

Em uma carta ao Secretário Geral da OTAN, Thaci, ao defender a necessidade da criação do Exército do Kosovo, escreveu que a Sérvia recebe mais e mais armamento de Moscou, incluindo o MiG-29, o que impede a normalização das relações entre Belgrado e Pristina.

No entanto, autoridades do Kosovo pretendem criar um exército ao invés das forças de segurança existentes, ignorando, assim, a vontade dos deputados sérvios do Parlamento. Este motivo também impulsionou a realização de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança do presidente da Sérvia, Tomislav Nikolic, no início da semana.

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No entanto, de acordo com o analista militar, coronel aposentado Goran Jevtovic, a reunião em questão deveria ter sido realizada cerca de cinco anos atrás, pois, de facto, o exército do Kosovo existe há muito tempo e, embora não possua armamento pesado, por exemplo, recursos humanos e infraestrutura existente representam ameaça séria.

"Este exército foi criado pela OTAN. No Ministério da Segurança, um dos papéis principais é desempenhado por Rahman Rama, que no passado era comandante de alto escalão do Exército de Libertação do Terrorismo do Kosovo. Forças de Segurança do Kosovo são criados em conformidade com os princípios da Aliança. Agora elas estão envolvidas no programa ‘Parceria pela Paz', nos exercícios e seminários, oficiais e sargentos são treinados nas melhores escolas militares, por exemplo — no West Point e na Escola Nacional de Guerra dos Estados Unidos", diz Jevtovic.

Jevtovic, entrevistado pela Sputnik Sérvia, acredita sem dúvida que a Sérvia, para se proteger, precisa de uma "aliança militar com a Rússia".

"Em 2007, nós destruímos todo o exército da Iugoslávia — por ordem da OTAN, sob o pretexto da ‘Parceria pela Paz', uma política comum na área da defesa, fraternidade, amor, paz e tudo o que eles declararam. A grande força, que mostrou bons resultados ao se defender até mesmo de um inimigo extremamente poderoso, nós que liquidamos. Tivemos até 450 mil soldados em tempo de guerra (110 mil em paz), 1.100 tanques, 3.500 peças de artilharia, mais de 500 veículos blindados, bem como boa infraestrutura. É claro que, agora, quando não temos isso, qualquer fator na região pode se tornar uma fonte de perigo para o nosso país", diz ele.

Jevtovic observa que a atual liderança da Sérvia queira reviver o exército, mas isso leva tempo. Portanto, segundo ele, a Sérvia poderia construir uma relação com a Rússia da mesma forma que a Síria o fez, ou seja, colocar-se no caminho da cooperação militar, até porque tal aliança não contradiz o status de práticas inaceitáveis da Sérvia.

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