Novo referendo sobre independência da Escócia será 'arriscado para o governo britânico'

© REUTERS / Paul HackettA primeira-ministra da Escócia e líder do Partido Nacional Escocês (SNP), Nicola Sturgeon, marcha com os ativistas na Trafalgar Square, no centro de Londres
A primeira-ministra da Escócia e líder do Partido Nacional Escocês (SNP), Nicola Sturgeon, marcha com os ativistas na Trafalgar Square, no centro de Londres - Sputnik Brasil
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A primeira-ministra da Escócia Nicola Sturgeon anunciou que procurará realizar um novo referendo sobre a independência da Escócia porque Londres não considerou os interesses de Edimburgo, principalmente no que se refere ao Brexit.

O diretor do centro analítico Common Weal, Robin McAlpine, disse à Sputnik Internacional que a primeira-ministra Theresa May está numa situação difícil.

"Haverá um referendo ou uma crise constitucional", disse ele. "A Escócia tem uma clara maioria que deseja esse referendo porque [o Partido Verde da Escócia] vai apoiá-lo. Portanto, isso vai se tornar a política oficial da Escócia. Assim, o Westminster terá de decidir se vai realizar ou bloquear [a votação]."

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Na segunda-feira, Sturgeon confirmou que vai pedir a Londres para permitir uma votação legitima e, se o governo permitir, o referendo será realizado em 2018 ou no início de 2019. Caso Londres não permita o referendo, acontecerá "algo de muito substancial", nota McAlpine. Ele não excluiu uma possível desobediência civil na Escócia se May decidir bloquear a votação.

Na opinião de McAlpine, alguns dos que votaram contra a independência escocesa podem mudar sua opinião se Londres interferir no processo democrático.

"Acho que isto será muito arriscado para o governo do Reino Unido", disse ele. "Se [Londres] quer a sério uma pertença a longo prazo da Escócia no Reino Unido, precisa de lutar e vencer o referendo."

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McAlpine descreveu um referendo como “um veículo imperfeito" para resolver grandes questões nacionais, mas acrescentou que a Escócia não tem alternativa. "Estamos numa situação tão alterada, tantas coisas importantes mudaram desde 2014, que fazer a pergunta novamente, cinco anos depois, não parece ser nada além da política democrática normal", disse.

Em um referendo, realizado em 2014, a Escócia optou por permanecer no Reino Unido. Após o recente referendo britânico que decidiu o Brexit, o Reino Unido, segundo as palavras de Sturgeon, "deixou de ser o país no qual os escoceses escolheram permanecer". Segundo McAlpine, agora é muito difícil prever o resultado de uma possível votação.

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