Opinião: EUA não ficarão felizes se China se tornar regulador chave no Oriente Médio

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China tem interesse e potencial para se tornar mediador na regulação de divergências entre a Arábia Saudita e Irã, comunicaram analistas russos à Sputnik China.

Entretanto, eles não excluem os riscos sérios para a missão de mediação da China por parte dos EUA e em caso de chegada dos conservadores ao poder no Irã em resultado das eleições.

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O chefe do Ministério das Relações Exteriores chinês Wang Yi anunciou a disponibilidade da China para apoiar a Arábia Saudita e Irã a resolver as discordâncias entre eles através de consultas durante uma coletiva de imprensa em 8 de março em Pequim, saudando também a futura visita do rei da Arábia Saudita à China, durante a qual pode ser expressa a atitude de Riad perante essa inciativa.

O analista do Centro das Relações Exteriores do Instituto Chinês de Comunicações Yang Mian acrescentou que a Arábia Saudita e Irã são os maiores exportadores de petróleo para a China. A mediação da China é do interesse de todas as partes, acredita ele.

"A China está apoiando a ideia de resolução pacifica das disputas internacionais. A Arábia Saudita e o Irã mantêm relações de amizade com a China, ao mesmo tempo sendo seus parceiros comerciais, por isso, o lado chinês quer apoiá-los na resolução de divergências, nomeadamente aproveitando uma chance como é a visita do rei da Arábia Saudita à China", acrescentou à Sputnik China Yang Mian.

Entretanto, segundo acrescentou ele, a China espera contribuir para a diminuição das tensões entre os dois grandes jogadores regionais no Oriente Médio para assegurar a estabilidade no Golfo Pérsico.

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"A China mantém relações de amizade com o Irã e Arábia Saudita. Diferentemente dos EUA, que apoiam a Arábia Saudita e mantêm uma atitude antagonista em relação ao Irã. Além disso, o prestígio internacional da China cresce a cada dia", adiantou Yang Mian.

Segundo ele, a mediação e reconciliação com base nos princípios do Direito Internacional e da diplomacia são os princípios da China que lhe permitem se tornar mediadora e contribuir para a paz e segurança na região e no mundo.

A China tem muitas possibilidades de mostrar sua influência na região, acredita a analista do Instituto do Oriente Médio Irina Fyodorova. A China se está tornando um jogador cada vez maior no Oriente Médio com um grande potencial devido às suas capacidades econômicas. Por isso, é claro que o aumento de tensão entre o Irã e Arábia Saudita, que pode levar a um conflito militar, não corresponde aos interesses da China.

"A China tem potencial para influenciar a decisão tanto de um, como de outro lado na questão da resolução de suas contradições. Mas na Arábia Saudita e no Irã existem forças capazes de contrariar seus esforços", frisou a analista russa Irina Fyodorova, acrescentando que tudo vai depender dos resultados das próximas eleições no Irã, onde as forças políticas, muitas das quais usam a imagem da China como inimigo, estão lutando entre si.

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O fator iraniano pode ser uma das razões principais para a suspensão das negociações entre a China e os países do golfo Pérsico sobre a zona de comércio livre.

"No que toca às possibilidades de se tornar mediador, a China as tem. Primeiro, há relações diplomáticas com ambos os países. Segundo, há interesses econômicos e projetos conjuntos que se estão realizando neste momento. Isso significa que existe uma interdependência entre as partes e que a China pode influenciar de forma prática ambas as partes do conflito", acrescentou a analista russa do Instituto de Estudos do Oriente Médio Maria Pakhomova.

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Mas, segundo ela, existem também outros fatores. Um deles é o fator dos EUA. A mediação da China poderá aumentar a tensão nas relações com os EUA, que não vão gostar do seu papel de mediador na região. A China não está interessada em uma confrontação séria com os EUA.

Por outro lado, segundo Pakhomova, o papel de mediador é muito contraditório. Não é claro se a China está pronta para arriscar as suas relações bastante boas com uma das partes para se tornar em mediador.

"É mais provável que ela [China] esteja pronta para participar não como mediador e intermediário oficial, mas como um país que influencia através dos canais diplomáticos, mas não no papel de intermediário oficial", comunicou à Sputnik China a analista russa Maria Pakhomova.

A China desempenha um papel mais ativo na regulação na Síria. Isso é mais um motivo, segundo os analistas, para reconciliar o Irã e a Arábia Saudita. Isso facilitaria a promoção dos interesses econômicos da China na Síria e na região.

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