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Aloysio Nunes Ferreira: novo nome em risco no Ministério de Temer?

© Foto / Marcelo Camargo/Agência BrasilMinistro Aloysio Nunes, das Relações Exteriores
Ministro Aloysio Nunes, das Relações Exteriores - Sputnik Brasil
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Com a divulgação do depoimento do ex-diretor do grupo empresarial Odebrecht, Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, de que o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, teria recebido R$ 500 mil provenientes de "caixa 2", a posição do novo ministro se tornou alvo de especulação.

Segundo o seu acusador, Aloysio Nunes supostamente recebeu aquele valor para a sua campanha de 2010, quando se elegeu senador pelo PSDB de São Paulo. As denúncias de Carlos Armando Paschoal foram efetuadas no âmbito da Operação Lava Jato.

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Aloysio Nunes Ferreira, candidato, em 2014, a vice-presidente na chapa encabeçada por Aécio Neves à Presidência da República e derrotada por Dilma Rousseff, foi empossado na terça-feira, 7, juntamente com o novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, no Ministério do Presidente Michel Temer.

Para avaliar o impacto das revelações do delator da Lava Jato sobre o PSDB, Sputnik Brasil ouviu o cientista político Carlos Eduardo Martins, professor da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Martins não acredita em demissão imediata do ministro, mas considera que as revelações possam abalar o seu partido:

"Eleitoralmente, sem dúvida. Isso tem uma repercussão eleitoral bastante significativa. A população está vendo o que está acontecendo. Agora, do ponto de vista jurídico, é mais difícil ver estas repercussões. Para começar, trata-se de citações por parte de um membro de um grupo empresarial. É preciso saber quem são efetivamente os denunciados e quais deles têm direito a foro privilegiado e, nesse caso, quais deles seriam julgados pelo Supremo Tribunal Federal caso se tornassem réus."

O especialista Carlos Eduardo Martins pensa que "tudo isso [a menção do nome do ministro da Justiça na Lava Jato] é muito preliminar":

"Ainda não há nenhuma ofensiva jurídica contra nenhum quadro do PSDB. Há delações, como esta do Carlos Armando Paschoal envolvendo o Senador [e Ministro] Aloysio Nunes, mas o próprio Presidente Michel Temer já disse que somente uma citação não é suficiente para retirar algum ministro do seu Governo. Portanto, penso ser prematuro considerar qualquer possibilidade de afastamento, agora, do Ministro Aloysio Nunes Ferreira."

Por sua vez, o Deputado Federal Ênio Verri (PT-PR) diz que finalmente as investigações sobre o uso de caixa 2 nas campanhas começam agora a chegar ao PSDB, comprometendo a sua cúpula assim como os partidos que formam a base de sustentação do Governo Michel Temer:

"A Operação Lava Jato ainda não chegou com a intensidade que deve chegar ao PSDB", comenta Ênio Verri. "É interessante lembrar que o Ministério Público passou a ter acesso às informações dos bancos internacionais e em uma semana o Senador José Serra (PSDB-SP) teve problemas nas costas e pediu demissão imediatamente [do Ministério das Relações Exteriores]. Aloysio Nunes está envolvido até a cabeça, e ainda há os envolvimentos do [Governador de São Paulo] Geraldo Alckmin, do Senador Aécio Neves e até mesmo do próprio Presidente Michel Temer, também incluído nesta denúncia."

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