Resolução da crise síria é 'impossível' sem os curdos

© REUTERS / Rodi SaidCombatente curdo das Unidades de Proteção Popular (YPG) em Al-Hasakah, norte da Síria
Combatente curdo das Unidades de Proteção Popular (YPG) em Al-Hasakah, norte da Síria - Sputnik Brasil
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A guerra que começou na Síria em 2011 só terá chance de chegar ao fim com participação curda nas negociações de paz, acredita Ebdulselam Eli.

O especialista, que partilhou da sua vista a situação com a Sputnik Turquia, é representante do Partido da União Democrática.

"Resolver a crise síria sem os curdos é impossível, [porque os curdos] são autossuficientes e eles têm as suas próprias forças armadas. [Todas as partes] devem procurar entendimento com os curdos. Caso contrário, a Síria não terá um futuro promissor", disse.

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Os soldados da milícia curda são uma das forças mais eficientes no combate contra o grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia) no Iraque e na Síria.

O especialista descreveu o estado atual da situação na Síria como "terrível".

Segundo Eli, o país árabe é parcialmente controlado por variados grupos terroristas e parcialmente – pelos curdos e por Damasco. Mas este último não tem forças suficientes para tomar controle de todo o país e governá-lo, acredita.

Os responsáveis oficiais russos têm dito repetidas vezes que os representantes do Partido da União Democrática (PYD), uma das maiores forças políticas na Síria, deve receber o convite para as próximas negociações de paz organizadas pelas Nações Unidas, previstas para terem lugar em Genebra.

"A Rússia e os Estados Unidos compreendem que é extremamente importante que os representantes curdos participem das negociações de Genebra. É por isso que ambos insistiram nisso", sublinhou.

Mas há também outros, a Turquia, por exemplo, diz que os curdos, que controlam 22% do território sírio, são representados nas negociações pelo Conselho Nacional Curdo, que faz parte da oposição síria que está representada em Genebra.

"Contudo, ao contrário do PYD, o Conselho Nacional Curdo não administra realmente quaisquer áreas na Síria. A Turquia não quer aceitar a realidade como ela é," opina Eli.

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Esta organização presente em Genebra foi fundada pelo Partido Democrático do Curdistão, um dos principais no Curdistão iraquiano, em outubro de 2011.

As recentes negociações para a resolução da crise síria foram lançadas em 23 de fevereiro em Genebra (Suíça) e contam com a participação do enviado especial das Nações Unidas para a Síria Staffan de Mistura, da delegação de Damasco liderada por Bashar Jaafari, pelo Comitê de Alta Negociação (HNC) da oposição síria, bem como dos grupos negociadores do Egito e Rússia.

Na sexta-feira (24), de Mistura apresentou um documento de trabalho sobre questões processuais para as delegações de Damasco e do HNC com as suas propostas sobre a atual rodada de negociações. De acordo com uma fonte da Sputnik, o enviado especial das Nações Unidas expressou no documento o seu apoio às negociações diretas e sugeriu destacar como três maiores temas a governança, a constituição e as eleições.

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