'Coreia do Norte deve copiar a experiência soviética na guerra fria'

© REUTERS / KCNALançamento de mísseis na Coreia do Norte
Lançamento de mísseis na Coreia do Norte - Sputnik Brasil
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A Coreia do Norte não se deve apressar com o desenvolvimento de mísseis balísticos intercontinentais para solucionar o problema das sanções internacionais, nem para começar a negociar com Washington acerca das armas nucleares, afirma o especialista Lee Suhyeong.

O analista adiantou que Pyongyang talvez tenha que aplicar a experiência da URSS neste aspecto. Hoje em dia, o programa de mísseis se baseia na oposição às alianças dos EUA com países da região tais como o Japão, a Coreia do Sul e outros, enquanto o território americano está fora do alcance dos mísseis norte-coreanos.

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As declarações de Pyongyang sobre os avanços no desenvolvimento de mísseis capazes de levar ogivas nucleares até ao território dos EUA, de fato podem pôr em perigo os próprios norte-coreanos.

Em uma entrevista à Sputnik, Lee explicou que neste caso a Coreia do Norte poderia adotar a experiência da União Soviética, recordando que quando Washington já dispunha de armas nucleares capazes de alcançar o território soviético, Moscou não tinha a possibilidade de realizar um ataque de resposta que fosse tão forte como o dos EUA.

Assim, ela começou desenvolvendo mísseis de curto e médio alcance para ameaçar os aliados dos Estados Unidos que estavam situados mais perto da URSS. Isto preveniu um ataque contra a União Soviética e, entretanto, permitiu que Moscou desenvolvesse suas armas nucleares estratégicas.

Logo depois, os engenheiros soviéticos criaram mísseis balísticos capazes de atacar o território americano e, a partir dos anos 70, os EUA e a URSS começaram negociando a limitação de armas estratégicas, ou seja, os acordos SALT (Strategic Arms Limitation Talks em inglês). Assim, Moscou evitou um ataque atômico preventivo e igualou as suas possibilidades com as de Washington em caso de um conflito nuclear.

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Lee Suhyeong assinala que hoje em dia os Estados Unidos necessitam garantir a segurança de seus aliados antes de levar a cabo um ataque preventivo contra Pyongyang. A não ser que os norte-americanos o consigam, este ataque seguirá sendo impossível.

Ou seja, prosseguiu, antes que a Coreia do Norte conclua a criação de mísseis balísticos intercontinentais, o país deve colocar seus mísseis de curto e médio alcance capazes de atacar os territórios dos aliados.

"[A Pyongyang] lhe bastaria armar com ogivas nucleares seus mísseis Rodong e Musudan para que estes ameacem os aliados dos EUA — Japão, Coreia do Sul e outros — impedindo efetivamente a possibilidade de um ataque preventivo por parte dos EUA contra [a Coreia do Norte]", disse.

O especialista acrescentou que somente assim Pyongyang terá tempo suficiente para finalizar o desenvolvimento dos seus mísseis intercontinentais. No futuro, o país poderia elaborar tecnologias de mísseis balísticos utilizando este "dilema de aliança", concluiu.

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