Opinião: China está irritada pelo fracasso da sua diplomacia secreta ligado a Pyongyang

© REUTERS / KCNALançamento do míssil balístico Pukguksong-2 pela Coreia do Norte
Lançamento do míssil balístico Pukguksong-2 pela Coreia do Norte - Sputnik Brasil
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Há quem diga que a China sabia com antecedência sobre o atual lançamento de míssil pela Coreia do Norte e tenha tentado convencer Pyongyang a não fazê-lo.

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Se supusermos que o lançamento do míssil norte-coreano tenha sido causado pelo poderio militar crescente dos EUA, inclusive através do deslocamento dos sistemas de defesa antimíssil THAAD na Coreia do Sul, a preocupação da China dificilmente poderia ser escondida.

Em entrevista à Sputnik Coreia, Kim Heungkyu, diretor do Instituto de Política da China da Universidade de Ajou, opinou que "na visão da China, os lançamentos de mísseis efetuados pela Coreia do Norte na ordem unilateral, ao reforçar seu potencial de mísseis e sem tomar em conta interesses da China, são muito inconvenientes para a segunda, levando [China] a se opor".

O professor destaca que "a China esteja sentindo grande descontentamento devido aos lançamentos de mísseis norte-coreanos ligados ao reforço da presença militar no Nordeste da Ásia e à ampliação de defesa antimíssil dos EUA, em particular, através do THAAD".

Na véspera, a agência Xinhua também se referiu à preocupação da China relacionada ao lançamento de míssil balístico norte-coreano.

Atualmente, a China está planejando instalar seus próprios mísseis balísticos Dongfen-41 (DF-41) na província de Heilongjiang para bloquear ações dos EUA de deslocar sistemas THAAD na Coreia do Sul.

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Ao mesmo tempo, segundo o especialista, a China não pretende aumentar a tensão militar em relação aos EUA:

"A doutrina nuclear da China exclui a possibilidade de ataque preventivo, a situação não lhe permite realizar o segundo ataque de resposta", ressalta.

Segundo Heungkyu, nesse momento a China segue desenvolvendo mísseis balísticos intercontinentais equipados com ogivas de guiamento automático (MIRV, sigla em inglês), mas os gastos para isso não podem ser comparados com os dos EUA. Por sua vez, os EUA estão monitorando de maneira ativa como se desenvolve o poderio militar da China quanto aos mísseis balísticos para submarinos (SLBM).

Na opinião de Heungkyu, Trump não entende bem a situação na Península Coreana.

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"Mesmo entrando em contato de maneira não oficial com os EUA, Pyongyang continuará lançamentos de mísseis, ele é o primeiro a informar: 'Vamos fortalecer o nosso potencial'", opina o professor.

Heungkyu acredita que, "ao mandar essa mensagem, a Coreia do Norte queira dizer a Trump: 'Se vocês não fizerem nada, continuaremos reforçando potencial nuclear e de mísseis conforme planejamos".

Afinal, o especialista conclui que "caso EUA não tenham uma resposta militar ou método de solucionar problemas, surge uma preocupação sobre as possibilidades do país de resolver a situação no Nordeste da Ásia de acordo com os interesses da Coreia".

Em 12 de fevereiro, a agência sul-coreana Yonhap, citando autoridades da Coreia do Norte, informou sobre a realização bem-sucedida de um teste de míssil balístico média distância (terra-terra) Pukguksong-2.

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