OTAN coloca a Marinha da Polônia perante objetivos irrealizáveis no Báltico

© flickr.com / U.S. Naval Forces Suecos sobem a bordo de navio de guerra polonês durante os exercícios militares BALTOPS da OTAN
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A Marinha da Polônia não conseguirá alcançar o objetivo estabelecido pela OTAN de obter supremacia no Báltico nem até o ano de 2030, disse à Sputnik o ex-comandante da Frota do Báltico (2001-2006) e almirante russo, Vladimir Valuev.

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Na sexta-feira passada (10) o Secretariado de Segurança Nacional polonês apresentou o Conceito Estratégico da Segurança Naval do país, indicando as ameaças que, do ponto de vista dos autores, provêm da Rússia.

Os arquitetos da estratégia recomendam que a Polônia crie uma nova Marinha com um número médio de efetivos, capaz de atuar fora das águas territoriais em cooperação com as grandes frotas. Frisa-se que a Marinha polonesa deve ser moderna, corresponder às exigências dos exércitos aliados, devendo ao mesmo tempo reduzir o número de navios que não correspondem ao nível necessário de potencial de combate.

Valuev fez lembrar que, em 1946, a União Soviética passou para a Polônia 23 navios: 9 navios draga-minas, 12 caça-submarinos, 2 torpedeiros e 2 submarinos. No período entre 1955 e 1991, a Polónia foi membro do Tratado de Varsóvia, mas em março de 1999 o país entrou no bloco militar da OTAN.

"As forças do Exército e da Marinha poloneses são, digamos assim, umas das mais ultrapassadas. Em 2012, a Marinha da Polônia dispunha de 41 navios de combate, entre eles 5 submarinos, duas fragatas e uma corveta. Há a ressaltar que o submarino mais novo tem 40 anos. Ou seja, os navios se consideram em operação, de fato, apenas no papel. A construção de um navio militar de médio porte leva, em geral, por volta de 5 anos. Na situação atual, após 2018, a Marinha polonesa não poderá cumprir as tarefas colocadas.

Até 2030, a Marinha da Polônia, segundo afirmam os deputados do Sejm [câmara baixa do parlamento polonês], deve ser completamente renovada", explicou o especialista.
De acordo com Valuev, para realizar o plano devem ser construídos 3 submarinos, 3 navios de defesa costeira, 3 navios com capacidade anti-minas, 3 navios de guerra de minas, 2 navios de resgate, 2 navios de reconhecimento radioeletrônico e 7 navios de manutenção, além de ser necessário equipar duas bases navais — em Gdynia e Swinoujscie.

"Ao longo dos próximos 10 anos, é necessário investir 10 bilhões de dólares nestas obras de construção. Porém, este programa de escala nacional não será aceito por falta de dinheiro, já que os poloneses ainda não acertaram as contas com os norte-americanos pelos caças F-16. As decisões que estão sendo tomadas ultrapassam as nossas capacidades econômicas e financeiras. Até a variante reduzida do programa de construção naval polonês é pouco provável ser executada até 2030 devido a seu alto custo. O povo polonês pode, como se diz, "ficar descalço", mas depois irá acusar os poderes legislativo e executivo disso mesmo", acredita o almirante.

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O militar realçou que "na OTAN, o mar Báltico foi determinado como zona de responsabilidade dos poloneses, tendo sido colocado o objetivo de alcançar a supremacia no Báltico".

"Mas a Polônia não tem capacidades financeiras para isso, a realização do programa naval levará muitas décadas. Esta é uma tarefa irrealizável. Além disso, se avaliarmos os poloneses como marinheiros, infelizmente eles não podem ser chamados de grandes marinheiros. Se, por exemplo, a Marinha russa receber uma ordem de eliminar os navios já existentes, que se planeja colocar em serviço da Frota polonesa até 2030, isso não será uma tarefa muito difícil", assegura Valuev.

"A Marinha da Polônia que é responsável pela região do Báltico dentro da OTAN está em situação lamentável. Mas o problema do envelhecimento é próprio da Marinha russa também, inclusive da Frota do Báltico. Por isso é muito razoável que o nosso país esteja realizando o programe de rearmamento até 2020", adiantou o militar russo.

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