Opinião: armas vindas da Ucrânia podem ser encontradas em Aleppo

© Sputnik / Dan Levi / Acessar o banco de imagensSituação em Donbass
Situação em Donbass - Sputnik Brasil
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Juntamente com os esforços diplomáticos que visam encontrar resolução pacífica do conflito em Donbass, o número de armas não registradas cresce sem parar na Ucrânia. Especialista militar, Boris Rozhin, comenta a situação ao serviço russo da Rádio Sputnik.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel. Durante a ligação, os líderes discutiram a deterioração da situação em Donbass e expressaram suas preocupações pela escalada do conflito armado, informou a assessoria de imprensa do Kremlin.

Os líderes em questão concordaram em intensificar uso de meios diplomáticos para contribuir na resolução pacífica da crise ucraniana. Eles planejam realizar encontros dos ministros da Chancelaria no âmbito do Quarteto da Normandia e, em seguida, continuar discursão sobre a situação a alto nível.

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A regularização da situação em Donbass está sendo discutida nos encontros do grupo de contato em Minsk, que desde setembro de 2014 já autorizou três documentos considerados passos certeiros rumo à resolução pacífica do conflito. No entanto, mesmo as partes tendo concordado com o cessar-fogo, tiroteios ainda estão acontecendo.

Entretanto, a mídia ucraniana informou que o número de armas não registradas na Ucrânia aumentou para quase cinco milhões se comparado ao início da operação militar, quando esse número correspondia a 3,8 milhões.

Frequentemente, esconderijos de armas tanto em Donbass, como em outras regiões do país são encontrados pela polícia. Posse de armas ilegais se tornou prática usual na Ucrânia após o início da operação militar em Donbass.

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Sabe-se que em 2007, a empresa suíça Small Arms Survey começou a controlar armas não registradas no país. Essa empresa é responsável pelo controle de armas ilegais não somente na Ucrânia, mas em quase todo o mundo. Os dados divulgados por ela são usados por governos, especialistas e autoridades militares de cada país. 

O especialista militar, chefe-redator do Think tank Kassad, Boris Rozhin disse ao serviço russo da Rádio Sputnik que os 5 milhões de armas não registradas correspondem a estatísticas falhas, sendo este um número muito menor do que o verdadeiro. Além disso, ele declarou que a prática não é novidade na Ucrânia:

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"Na verdade, mesmo antes do golpe de Estado, a Ucrânia era um dos centros de transbordo de armas. Era usada para transportar armas para a Europa Oriental e para o Oriente Próximo. Com Poroshenko (presidente ucraniano) no poder, intensificou-se a proliferação de armas ilegais da zona da ATO [Operação antiterrorista — nome oficial dado pelas autoridades ucranianas à guerra civil no Leste da Ucrânia, ATO, sigla russa/ucraniana] por toda a Ucrânia. Fecharam os olhos para tal realidade. Ao mesmo tempo, uma parte dessas armas são contrabandeadas, indo parar nas mãos de organizações criminosas ou para o Oriente Próximo, através do porto de Odessa. Na zona da ATO, armas são facilmente canceladas, sendo encontradas posteriormente com marcação ucraniana em algum lugar de Aleppo."

Ele acrescentou que, na Ucrânia, muitas armas que podem ser vendidas em esquemas "cinzentos", até mesmo para o exterior.

"Há grande numero de pistola-metralhadora, metralhadora, espingarda velhas — são enormes estoques soviéticos. Armas que podem ser usadas ou vendidas para outros países conforme esquemas ‘cinzentos'. Além disso, a Ucrânia sempre pede para os EUA e para a OTAN que sejam fornecidas armas mortais, incluindo armas de calibre pequeno. Eles também assinam contratos sobre fornecimento de técnica especial — miras de temperatura, aparelhos de visão noturna. Ou seja, tudo o que a Ucrânia não produz ou produz em quantidade pequena", explicou.  

Sendo assim, o especialista não exclui a possibilidade de haver mais do que 5 milhões de armas não registradas no país ucraniano.

"Se considerarmos os armazéns em Soledar, em 2014, lá havia mais de 2,5 milhões de armas portáteis usadas por ambas as partes do conflito em Donbass e é provável que uma parte dessas armas tenha sido enviada ao exterior através do porto em Odessa. Outra parte — para grupos criminosos e batalhões. Não é conhecido o número certo dessas armas. <…> Assim, os mercados cinzento e negro estão esperando seus investigadores", concluiu.

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