Opinião: Teste de míssil americano-japonês impulsará reforço do arsenal nuclear chinês

© AFP 2023 / Marinha dos EUALançamento de míssil Standard Missile (SM-3) pelo USS Decatur (DDG 73), um destróier da classe Arleigh Burke equipado com o sistema de combate Aegis e operando no Pacífico, em 22 de junho de 2007
Lançamento de míssil Standard Missile (SM-3) pelo USS Decatur (DDG 73), um destróier da classe Arleigh Burke equipado com o sistema de combate Aegis e operando no Pacífico, em 22 de junho de 2007 - Sputnik Brasil
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Testes bem-sucedidos do míssil americano-japonês Standard SM3 Block IIA, lançado há poucos dias do contratorpedeiro norte-americano USS John Paul Jones representam um novo sinal para a Rússia e China de que seus planos de reforço do potencial nuclear não podem ser interrompidos.

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Entretanto, quaisquer iniciativas para redução do potencial nuclear são perigosas, porque a falta de capacidade militar ofensiva conjugada com um sistema da defesa antimíssil norte-americano avançado pode gerar uma tentação por parte de Washington de realizar um ataque preventivo incapacitante, acrescenta à Sputnik China o analista militar Vasily Kashin.

"Segundo informações da mídia norte-americana, o SM3 Block IIA, ao contrário das anteriores modificações do míssil SM3, vão ter capacidade para eliminar não só mísseis de médio alcance, mas também mísseis balísticos intercontinentais", acrescentou Vasily Kashin.

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Segundo ele comunicou, a Rússia já tinha tomado medidas atempadas para a contenção dos sistemas antimísseis dos EUA. Devido à vastidão do território da Rússia, os EUA e seus aliados na Ásia não podem atingir os mísseis balísticos russos durante seu lançamento, o arsenal militar russo é também um fator positivo. Mas para a China a situação é muito mais complicada, porque a maioria do seu arsenal consiste de mísseis balísticos de médio alcance, que são vulneráveis aos sistemas antimísseis, informou Kashin.

"Tendo em conta o reforço das capacidades antimísseis dos EUA e da sua aproximação às fronteiras chinesas, o arsenal chinês poderá se tornar muito limitado para garantir a realização de um ataque de resposta", adiantou o analista Kashin, acrescentando que é importante que a China considere a instalação do sistema THAAD nos territórios da Coreia do Sul e do Japão.

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Entretanto, o analista acredita que as tentativas de justificar o desenvolvimento dos sistemas antimísseis americano-japoneses com ameaças por parte da Coreia do Norte ou do Irã são ridículas, porque o Irã não tem nem armas nucleares nem mísseis balísticos, enquanto a Coreia do Norte terá no futuro um arsenal muito limitado de mísseis intercontinentais pouco desenvolvidos.

"Os objetivos principais do desenvolvimento de sistemas antimísseis é a obtenção de vantagens perante a Rússia e, o que é mais importante, de supremacia em armas nucleares perante a China", afirmou Kashin à Sputnik China.

Entretanto, a China tem estado nos últimos anos reforçando ativamente as capacidades de seus mísseis.

"A instalação de mísseis DF-41 e os testes dos mísseis DF-5C com 10 ogivas é um indicador de que a China é capaz de assegurar um rápido crescimento das suas capacidades ofensivas", adianta o analista russo.

O analista acha possível que as capacidades ofensivas da China cresçam mais rapidamente do que sejam desenvolvidos os sistemas antimísseis dos EUA destinados a conter a China. Assim, nenhuma das partes obterá, segundo ele, uma vantagem decisiva, mas a segurança global irá sofrer com isso. 

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