'Criar uma nova república é a única maneira de manter Síria unida'

© Sputnik / Mikhail Voskresenskiy / Acessar o banco de imagensCartazes com o retrato do presidente sírio, Bashar Assad, junto ao centro de autotreinamento perto de Damasco
Cartazes com o retrato do presidente sírio, Bashar Assad, junto ao centro de autotreinamento perto de Damasco - Sputnik Brasil
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A Rússia parece ser a favor da resolução do conflito sírio através da descentralização, com a transferência de uma parte do poder de Damasco para autoridades locais, disse doutor Emre Ersen à Sputnik, referindo-se ao plano citado como o único meio de prevenir o desmoronamento da Síria.

O doutor Emre Ersen é professor do Departamento de Ciências Políticas e Relações Internacionais da Universidade de Mármara (Turquia). Durante conversa com a rádio Sputnik, ele explicou a situação crítica a partir do seu ponto de vista:

"Atualmente, a Rússia está tentando se mostrar como mediadora entre os diferentes grupos que lutam na Síria. Para que isso aconteça, ela deve apelar aos grupos étnicos não árabes [no país] tais como curdos e turcomanos."

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A recente versão da Constituição síria proposta em partes por especialistas russos foi comentada pelo professor.

O documento foi apresentado aos representantes da oposição armada da Síria durante as negociações de paz, realizadas em Astana, capital do Cazaquistão, na semana passada (dos dias 23 a 24 de janeiro).

A proposta, entre muitas outras coisas, inclui a retirada da palavra "árabe" do nome oficial da Síria, que atualmente, oficialmente é chamada de República Árabe da Síria.

"Acredito que [o presidente sírio Bashar Assad] esteja consciente do que ele poderia perder como resultado desta constituição. Mas acho que ele está OK quanto a isso, pois precisamos ter em mente de que a única de manter a Síria unida… seria através da criação de uma nova república no lugar da república árabe que era dominada por árabes", disse o analista.

O entrevistado não acredita que Assad esteja mais preocupado com nacionalismo árabe, pois o importante é sobreviver.

"E para sobreviver, a melhor opção, quanto ao meu ponto de vista, é a descentralização no país", sublinhou.

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Ersen destacou também o papel positivo que a Rússia, Turquia e o Irã desempenham no processo pacífico sírio, destacando especialmente o acordo de cessar-fogo que continua em vigor desde dezembro de 2016. 

"Nem os EUA nem a UE até o momento conseguiram desempenhar papel militar significativo", destacou o analista, acrescentando que, com a administração de Trump, há grandes chances de a situação mudar.

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