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Opinião: 'Alexandre de Moraes confunde a agenda de ministro com a agenda política pessoal'

© Isaac Amorim/ MJCMinistro da Justiça, Alexandre de Moraes
Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes - Sputnik Brasil
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Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Eugênio Aragão, que foi ministro da Justiça do Governo Dilma Rousseff, analisa a conduta do atual ministro da Pasta, Alexandre de Moraes, neste momento conturbado do cenário nacional.

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Sputnik Brasil recebeu em sua redação o advogado Eugênio Aragão, subprocurador-geral da República e último ministro da Justiça da Presidente Dilma Rousseff. Ele permaneceu no cargo durante o curto período de 14 de março a 12 de maio de 2016, data em que o Senado Federal instaurou o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

Em sua entrevista à Sputnik, Eugênio Aragão analisou o comportamento de seu sucessor no Ministério da Justiça, o professor de Direito Constitucional Alexandre de Moraes, que a mídia aponta como potencial candidato ao Governo de São Paulo nas eleições de 2018, para a sucessão de Geraldo Alckmin.

"Um problema que eu vejo no Ministro Alexandre de Moraes", afirma Aragão, "é que em seu discurso ele parece confundir as agendas: a agenda dele como ministro da Justiça com a sua agenda política pessoal. Isso é sempre muito problemático quando se exerce um cargo na administração pública. É legitimo que ele tenha essas pretensões políticas [governar o Estado de São Paulo], mas não deveria confundi-las com as tarefas que deve desempenhar no Ministério da Justiça."

Eugênio Aragão diz ter pelo atual ministro da Justiça um respeito muito grande como constitucionalista. "Aliás, já até recomendei livro dele para os meus alunos na Faculdade de Direito", acrescenta.

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"Mas, no Ministério da Justiça, Alexandre de Moraes muitas vezes dá a impressão de botar os pés pelas mãos. Isso ocorre precisamente por conta dessa mistura de agendas. Ele chegou ao Ministério da Justiça e a primeira coisa que fez foi anular todas as portarias de descentralização de ações. Ora, como se fosse possível a quem comanda o Ministério da Justiça, que tem R$ 4 bilhões de orçamento, centralizar todas as decisões. Parece que houve uma clara hostilidade, não dele especificamente, mas desse Governo nascido do golpe como um todo, em relação às pessoas que participaram na administração anterior. Isso é muito ruim porque com isso se perde todo um histórico de ações administrativas."

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