América Latina: mais distante dos EUA e mais próxima da China?

© AP Photo / Evan VucciPresident Donald Trump looks up after signing the final of three executive orders, Monday, Jan. 23, 2017, in the Oval Office of the White House in Washington. (AP Photo/Evan Vucci)
President Donald Trump looks up after signing the final of three executive orders, Monday, Jan. 23, 2017, in the Oval Office of the White House in Washington. (AP Photo/Evan Vucci) - Sputnik Brasil
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Após a decisão do presidente dos EUA Donald Trump de abandonar o Acordo de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) vários especialistas latino-americanos expressaram suas opiniões sobre esse acontecimento.

Vale mencionar que o México, Chile e Peru são os três países da América Latina que fazem parte do TPP. O documento foi firmado em 2016, mas até agora não entrou em vigor.

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Em entrevista à Sputnik Mundo, o economista peruano Daniel Carpio opinou que essa decisão de Trump "não exercerá um grande impacto sobre o Peru". Segundo ele, já existe um tratado entre o Peru e os EUA sobre livre comércio que traz aos peruanos cerca de 1,5 bilhões de dólares.

"O que buscávamos com o TPP era abrir novos mercados, principalmente na Ásia. Ao saírem, os EUA deixaram os restantes países para trás. Assim, por exemplo, o Japão declarou que tal tratado não vale a pena sem os EUA", assinala Carpio.

Dorotea López, professora de economia do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade do Chile, falou sobre eventuais consequências que a decisão de Trump poderá provocar. Segundo ela, elas "são mais de caráter político". López acrescenta que o Chile possui acordos com a maioria dos países e que as garantias do TPP não eram "significativas em termos econômicos".

De acordo com López, a decisão "fez desperdiçar a maior parte do capital político que o Chile investiu no TPP ao considerá-lo como um acordo do século. O Chile é o melhor aluno em termos de política comercial neoliberal".

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"Neste sentido foi uma grande perda", opina López.

No entanto, ela ressalta que o Chile, que é o principal exportador de cobre, vai beneficiar com o decorrer do tempo, caso as promessas de Trump de reavivar a economia norte-americana através da construção forem cumpridas.

"Não vale a pena se apressar. A incerteza é uma característica que define o presidente dos EUA, ainda não foi dito nada de concreto", sublinha.

Segundo López, "não o tratado de livre comércio vai ser necessariamente uma questão preocupante para Trump".

Ao mesmo tempo, a professora chilena chama atenção para o discurso do presidente chinês, Xi Jinping, proferido em Davos, que se pronunciou a favor do livre comércio.

Sendo que o Chile depende da China, é possível que a última "fortaleça suas posições" na América do Sul, conclui López.

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