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O FMI confia no Brasil, pero no mucho

© AFP 2023 / Tim SloanFMI rebaixa PIB do Brasil
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De todas as previsões de economistas feitas até agora sobre a recuperação da economia brasileira este ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) é o menos otimista. Em seu último relatório, o fundo prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) vá crescer apenas 0,2%. Em outubro, na última avaliação, a estimativa era de um avanço de 0,5%.

Outros organismos, como o Banco Mundial (Bird), apostam numa expansão do PIB brasileiro em 0,5%, mesmo percentual previsto pelos economistas ouvidos pela última Focus, a pesquisa semanal feita pelo Banco Central com as 100 maiores instituições financeiras do país.

Em relação às economias globais, o FMI é mais generoso. Não só prevê uma retomada mais sustentável este ano do que em 2016, principalmente dos Estados Unidos, Europa, Japão e China, como ainda vislumbra no horizonte melhores cotações para commodities como minério de ferro, soja e petróleo.

Por que o FMI está tão conservador quanto à retomada da economia brasileira?

Quem responde a essa pergunta é Juliana Inhasz, professora de Economia da Fundação Escola de Comércio Álvarez Penteado (FECAP). Para ela, não é que o FMI não esteja confiando nas nossas reformas ou nas tentativas de estabilização econômica. 

"O organismo está percebendo que as reformas estão demorando para acontecer. Tanto existe uma perspectiva positiva à frente da estabilização econômica brasileira que o FMI mostrou uma manutenção dos indicadores e das perspectivas de crescimento para 2018. Dada à demora em colocar as reformas para a economia começar a reagir, o FMI fez essa revisão. Existe, sim, uma perspectiva otimista frente à adoção de reformas fiscais e de acertos econômicos para 2018", diz Juliana.

Para a professora da FECAP, o mundo viu, nos últimos anos, o fim do ciclo das commodities por um período persistente e que agora esboçam uma recuperação econômica não só do Brasil, como também em outros países, principalmente a partir de 2018.

Com relação à posse de Donald Trump na presidência dos EUA, na próxima sexta-feira, 20, a professora justifica a prudência das previsões do FMI sobre o que pode acontecer com a economia mundial.

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"O FMI é cauteloso nesse aspecto. Na verdade, a gente não sabe o que nosso espera a partir do dia 20. Quando a gente está falando de um país como os Estados Unidos, que têm uma participação na economia mundial muito forte, qualquer tipo de movimento lá que não seja previsto causa incerteza e muda o contexto de todos os outros países. O que a gente percebeu na campanha eleitoral e depois no momento posterior à eleição é que houve um descasamento entre o que era o discurso eleitoral e o que foi adotado logo após o resultado", diz a especialista.

Na visão de Juliana, há a perspectiva de que, apesar de ser um presidente com aspirações mais protecionistas, Trump não vai conseguir fechar o país, porque hoje o mundo não permite mais espaço para economias fechadas em países desenvolvidos, como é o caso dos EUA.

"A economia deles depende demais das negociações e dos acordos comerciais que eles já fizeram e continuam fazendo com o resto do mundo. Essa nuvem de incerteza também nos afeta indiretamente, porque nossa economia depende muito de bens importados e temos uma ponta exportadora muito forte do lado agro. Qualquer tipo de medida protecionista pode nos afetar muito", finaliza Juliana.

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