'Comandante, estamos caindo': versões da queda do avião Tu-154 russo

© AP Photo / Viktor KlyushinMergulhadores do Ministério das Situações de Emergência russo preparam-se para buscar os destroços do avião no Mar Negro, ao largo de Sochi, Rússia, 27 de dezembro de 2016
Mergulhadores do Ministério das Situações de Emergência russo preparam-se para buscar os destroços do avião no Mar Negro, ao largo de Sochi, Rússia, 27 de dezembro de 2016 - Sputnik Brasil
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Uma possível falha dos flaps da asa poderia ter sido a razão da queda do avião militar russo Tu-154 no Mar Negro, tirando a vida de mais de 90 pessoas em 25 de dezembro, relata a mídia.

A queda do avião no Mar Negro, ocorrida no domingo, poderia ter sido causada por um problema nos flaps das asas, de acordo com relatos da mídia.

A aeronave Tu-154 do Ministério da Defesa russo, que fazia um voo de Moscou para a Síria, caiu logo depois da decolagem perto da estância russa de Sochi, no Mar Negro, matando as 92 pessoas que seguiam a bordo.

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O avião estava transportando oito membros da tripulação, 64 músicos do Ensemble Aleksandrov, nove jornalistas, a presidente da organização humanitária Spravedlivaya Pomoshch (Ajuda Justa), Elizaveta Glinka, e dois outros civis.

O Ministério da Defesa russo disse em um comunicado na terça-feira (27) que uma análise preliminar dos dados obtidos a partir da caixa-preta recuperada permitiu que os especialistas reduzissem as possíveis causas do incidente.

© AP Photo / Viktor KlyushinMergulhadores do Ministério das Situações de Emergência russo preparam-se para buscar os destroços do avião no Mar Negro, ao largo de Sochi, Rússia, 27 de dezembro de 2016
Mergulhadores do Ministério das Situações de Emergência russo preparam-se para buscar os destroços do avião no Mar Negro, ao largo de Sochi, Rússia, 27 de dezembro de 2016 - Sputnik Brasil
Mergulhadores do Ministério das Situações de Emergência russo preparam-se para buscar os destroços do avião no Mar Negro, ao largo de Sochi, Rússia, 27 de dezembro de 2016

De acordo com o comunicado, especialistas do Instituto Central de Pesquisas das Forças Armadas continuam a decodificar os dados da caixa-negra principal, que foi recuperada no local do acidente na segunda-feira e transportada para Moscou.

A rede de notícias russa Life.ru e a edição Kommersant.ru citaram uma fonte próxima da investigação dizendo que as palavras finais pronunciadas pelo piloto do Tu-154 indicam uma possível falha dos flaps.

A Life.ru publicou a parte final da gravação feita no cockpit antes do acidente, na qual o piloto grita "Os flaps, raios partam!", seguido de "comandante, estamos indo para baixo". Isto ainda não foi confirmado oficialmente.

A Life.ru também cita o especialista em aviação russo Viktor Zabolotsky, que diz que os problemas relacionados com os flaps geralmente levam a uma situação em que os pilotos se tornam incapazes de controlar o avião.

Isto foi repetido por outro especialista em aviação russo, Oleg Smirnov, ao jornal online Vzglyad, segundo o qual suas primeiras suposições sobre o acidente do Tu-154 também estavam relacionadas com uma falha dos flaps.

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A questão é que o avião desapareceu numa fase do voo em que os flaps de asa deveriam estar recolhidos, de acordo com Smirnov.

Os flaps são expandidos sob a asa, aumentando a sua área, alterando a curvatura do fluxo. Isso é feito para aumentar a força de elevação e reduzir a velocidade. Os flaps são expandidos antes da decolagem e aterrissagem, a fim de ajudar a reduzir a velocidade", disse ele.

Smirnov lembrou que toda uma série de acidentes de avião em todo o mundo foi causada pela operação dos flaps e que um avião Tu-154 é equipado com um dispositivo que desliga automaticamente os flaps no caso de um problema grave.

​Nesse sentido, Vzglyad citou uma fonte familiarizada com a situação segundo a qual um problema técnico ou um erro do piloto poderiam ter estado por trás da queda do Tu-154.

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Smirnov, por sua vez, descreveu o Tu-154 como um avião peculiar em termos de aerodinâmica, lembrando que a aeronave tem todos os seus três motores, cada um pesando mais de uma tonelada, na cauda, algo que altera o impacto das forças aerodinâmicas.

"Cada aeronave Tu-154 tem suas próprias características específicas que devem ser sempre mantidas em mente. Em particular, quando você recolhe os flaps, é necessário agir com muita cautela", disse Smirnov.

Enquanto isso, Nikolay Antoshkin, ex-vice-chefe da Força Aérea russa, afirmou que a queda do Tu-154 no Mar Negro poderia ter sido causada por uma falha no sistema de combustível.

​"Eu acho que, se o motor falha, deve-se examinar o sistema de combustível. Poderia ter ocorrido uma ruptura de um cabo, de uma conduta ou de uma válvula divisora de fluxo — deve-se procurar um problema lá", disse Antoshkin à RIA Novosti.

"Eu não acho que a queda tivesse sido causada por um objeto estranho que tivesse penetrado no motor. O avião não poderia ter sido abastecido com combustível de baixa qualidade, os pilotos eram experientes e não houve sabotagem", disse Antoshkin.

Ele acrescentou que o tempo necessário para decodificar as caixas- pretas do avião dependerá dos danos que estas possam ter sofrido.

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