'A partir de agora os EUA são país que pode ser ignorado'

© AFP 2023 / acquelyn MartinCasa Branca
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Um analista do jornal Bloomberg acredita que a Rússia foi a primeira a compreender que os Estados Unidos já podem ser ignorados.

Um dos resultados importantes da presidência de Barack Obama é o sentimento que os EUA já não são a potência líder mundial, escreveu Leonid Bershidsky em seu artigo no jornal Bloomberg.

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Segundo ele, na vanguarda da nova tendência está a Rússia: na semana passada os chanceleres da Rússia, Irã e Turquia se encontraram em Moscou para discutir planos para a Síria. Os EUA não foram convidados ao encontro, notou o jornalista. Como resultado das negociações realizadas, os ministros aprovaram a declaração, de acordo com a qual seus países se dispõem a se tornar garantes de um acordo entre o governo e a oposição da Síria. A mesma declaração destaca que todos os outros Estados que "influenciam a situação na Síria" podem aderir à iniciativa.

Na compreensão do autor, apelos deste tipo eram os que os Estados Unidos estavam acostumados a divulgar desde a época em que a Guerra Fria foi substituída pela paz à maneira norte-americana.

Mas agora os três países sentiram que têm poder suficiente para liderar na região onde opera aquela que é provavelmente a maior ameaça ao mundo ocidental – o grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e vários outros países do mundo).

"A Rússia não está contra as negociações com os EUA e fez isso por diversas vezes discutindo com a América na Síria. Mas isso não deu certo, inclusive porque a administração de Obama nunca foi unânime na questão se deve lidar com Putin ou não", escreveu.

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Em seu discurso recente, o ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov sublinhou que os contatos bilaterais continuam se mantendo, mas notou que cada vez que a Rússia e os EUA acordam algo, o lado norte-americano "evita cumprir os acordos já atingidos" e começam "dando palestras".

É por isso que a Rússia tenta encontrar vias alternativas com outros jogadores no Oriente Médio que têm mecanismos de tomada de decisões mais claros.

Em geral, a tendência para afastamento dos EUA, na visão do jornalista, é o resultado direto da incoerência de Obama em política externa: ele diz que esta é orientada por valores, mas a maioria do mundo não partilha destes valores e acusa os EUA de arrogância.

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