Opinião: adeptos da Guerra Fria querem combater a Rússia, não o terrorismo

© REUTERS / Jonathan ErnstA bandeira americana em um veículo vibra quando o sol se põe atrás da cúpula do Capitólio dos EUA nas horas antes de o presidente Barack Obama entregar o discurso do Estado da União a uma sessão conjunta do Congresso em Washington em 12 de janeiro de 2016
A bandeira americana em um veículo vibra quando o sol se põe atrás da cúpula do Capitólio dos EUA nas horas antes de o presidente Barack Obama entregar o discurso do Estado da União a uma sessão conjunta do Congresso em Washington em 12 de janeiro de 2016 - Sputnik Brasil
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Os adeptos da guerra fria nos EUA não podem compreender que Moscou é o parceiro mais importante de Washington na área de segurança, escreve o professor norte-americano e especialista em Rússia, Stephen Cohen, em sua coluna da revista The Nation.

De acordo com o especialista, a principal ameaça à segurança nacional dos EUA são os "soldados da época da Guerra Fria", que estão sentados no Senado, e as grandes mídias norte-americanas que distraem a população dos problemas reais.

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Tais senadores como John MacCain e Lindsey Graham demonizam a imagem da Rússia há muitos anos. Mais recentemente, a lista de acusações contra Moscou recebeu mais algumas: a intervenção ilusória nas eleições norte-americanas e os crimes militares na Síria, alegadamente cometidos pela Força Aérea russa.

"Além disso, não há fatos ou argumentos lógicos. Está presente somente o desejo importuno de isolar o presidente russo que é, provavelmente, o aliado mais valioso dos EUA na área de segurança", acredita Cohen.

Com isso, os que defendem a normalização das relações com a Rússia e uma nova "suavização", imediatamente recebem a marca de "lacaios", escreve o professor. A mídia sem vergonha chama de "marionete do Kremlin" até mesmo o presidente eleito e pede vingança aos ataques de hackers com os quais, alegadamente, a Rússia está ligada.

"Ao mesmo tempo, ameaças reais, tanto para segurança externa quanto para interna, continuam crescendo", marca ele.

De acordo com Cohen, a percepção negativa da Rússia pode ser explicada através da política dos EUA malsucedida na arena internacional, culpa imposta também a Moscou. Ainda que, na verdade, os choques dos últimos anos são frutos do "revés da política externa de Washington, incluindo o início de guerras para alterar regimes governamentais e estratégia de globalização liberal".

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O professor acredita que, no contexto do crescente cansaço de todo o mundo das atitudes dos EUA, o presidente russo "involuntariamente tornou-se um símbolo da oposição à hegemonia de Washington". O histórico acredita ser lógico tal resultado, pois hoje milhões de pessoas veem os EUA como um destruidor dos valores tradicionais e um "banqueiro" mundial, que em qualquer momento podem trazer a guerra para o mundo.

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