'Putin interpretou assassinato do embaixador russo de maneira muito inteligente'

© Sputnik / Aleksei Nikolsky / Acessar o banco de imagensPresidente russo, Vladimir Putin, realizou uma reunião do Conselho para Desenvolvimento da Sociedade Civil e Direitos Humanos, em 8 de dezembro de 2016 (foto de arquivo)
Presidente russo, Vladimir Putin, realizou uma reunião do Conselho para Desenvolvimento da Sociedade Civil e Direitos Humanos, em 8 de dezembro de 2016 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A Sputnik Mundo falou com o analista internacional, Guillermo Galea, sobre como a situação no palco internacional mudou após o atentado responsável pela morte do embaixador russo na Turquia.

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"Putin interpretou o atentado de maneira muito inteligente. Ele escolheu como prioridade a resolução do conflito sírio", afirma Galea.

O presidente russo "não entrou no jogo imposto pelo atentado, destinado a desestabilizar as relações russo-turcas", frisou o especialista.

Galea acredita que o colapso do Estado Islâmico provocou os atentados recentes que visam mostrar a força do califado considerado como "aquele que deixou de ser viável". "Através do terror, eles querem provar que continuam fortes", realça o analista à Sputnik Mundo.

Ele sublinhou: foi o governo turco que criou um "caldo de cultivo" para os jihadistas na região, tornando-se "uma porta de entrada dos terroristas" para a Europa. Seguindo os interesses geopolíticos ligados à Rússia, os turcos também "fomentaram terrorismo" na Síria.

"O governo turco é pelo menos responsável por um atentado devido à negligência. Salta aos olhos o fato de as medidas de segurança empreendidas em relação do embaixador de um país tão significante como a Rússia terem sido tão poucas", partilha Galea, chefe do Observatório da Rússia no centro Argentino de Estudos Internacionais.

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O assassinato cometido um dia antes do encontro trilateral entre Turquia, Rússia e Irã em Moscou, que tem por objetivo encontrar soluções para o conflito na Síria, influirá no curso destas negociações, opina Galea.

Sendo assim, a Turquia cai em desvantagem, enquanto a Rússia que quer demostrar ao mundo seu "ressurgimento" e "capacidade de jogar xadrez em pé de igualdade com os mestres" está em condições mais benéficas, acrescenta o especialista.

Pelo contrario, os países do Golfo Pérsico, os EUA e a UE, que apoiaram os grupos rebeldes, não têm direito a negociar.

"A maior parte dos armamentos usados por terroristas foi importada da Arábia Saudita, Qatar e os EUA, claro que através de terceiros para não ser tão evidente", afirma o acadêmico.

Segundo diz o especialista, a compostura destes países os deixa fora do palco internacional por exercer seu papel no desencadeamento do conflito e eles já perderam seu direito de participar no processo de paz.

"Prestaram apoio àqueles que não têm lugar à mesa de negociações. Escolheram o lado incorreto e acabaram por perder o lugar", concluiu.

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