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Cristovam Buarque: 'Não há, neste momento, nomes para substituir Michel Temer'

© Foto / Jefferson Rudy / Agência SenadoSenador Cristovam Buarque - PPS/DF
Senador Cristovam Buarque - PPS/DF - Sputnik Brasil
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O Ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, recebeu nesta segunda-feira, 19, o conteúdo das delações premiadas de 77 diretores do Grupo Odebrecht em 800 depoimentos relacionados ao pagamento de propinas para alguns políticos.

Para muitos, o conteúdo das delações da Odebrecht pode representar uma grave ameaça para o Governo do Presidente Michel Temer. Outros, como o Senador Cristovam Buarque (PPS-DF), acreditam que as ameaças vão muito além. Segundo o parlamentar, as ameaças pairam sobre a classe política em geral.

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"Creio que o conteúdo destas delações representa um grande risco para todos nós que fazemos política no Brasil", diz Cristovam Buarque em entrevista à Sputnik Brasil. "Não só para o Presidente Michel Temer e para a sua equipe de Governo como também para a oposição. Ninguém sabe o que vem por aí. Mas seja qual for o conteúdo destas delações, um efeito positivo haverá, o de purificar a política no Brasil, ainda que sejam necessários alguns anos para isto se concretizar."

Cristovam Buarque diz, no entanto, não poder acompanhar as previsões de que o Presidente Michel Temer não concluirá seu mandato:

"Não chego a este ponto, embora reconhecendo a situação politicamente frágil em que ele se encontra. Até porque não se retira um presidente de um mandato sem se colocar outro em seu lugar. A não ser que o Tribunal Superior Eleitoral, em 2017, casse a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, e, então, competirá ao Congresso Nacional escolher, por via indireta, o seu sucessor. Quando Dilma saiu, havia o próprio Temer. E agora quem há? Não há, neste momento no Brasil, nomes para uma eventual substituição do presidente da República."

Para o Senador Cristovam Buarque, os riscos de uma precipitação política em torno desta possível sucessão são muito grandes:

"Primeiro, porque o novo presidente da República teria de ser escolhido por um Congresso Nacional sem credibilidade, no que eu me incluo. Segundo, porque certamente haverá impactos para a economia. Se um eventual próximo presidente se comprometesse a manter Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda, isto poderia tranquilizar o mercado e acalmar especulações. Mas quem pode assegurar isso hoje no Brasil? Portanto, tão grave quanto substituir, antecipadamente, o presidente da República é pensar em como ficará a condução da economia no país."

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Ao receber da Procuradoria-Geral da República as delações premiadas dos diretores da Odebrecht, o Ministro Teori Zavascki informou que sua equipe de juízes auxiliares trabalhará no recesso do Poder Judiciário, que começa na terça-feira, 20, para analisar o conteúdo do que os colaboradores revelaram aos membros do Ministério Público Federal.

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