‘Não é nas Curilas que o Japão está de olho na Rússia’

© AFP 2023 / MIKHAIL KLIMENTYEVO primeiro-ministro japonês Shindzo Abe e o presidente russo Vladimir Putin apertam as mãos durante o fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em Pequim, China, 4 de novembro de 2014
O primeiro-ministro japonês Shindzo Abe e o presidente russo Vladimir Putin apertam as mãos durante o fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em Pequim, China, 4 de novembro de 2014 - Sputnik Brasil
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O recente encontro entre os líderes da Rússia e do Japão em Tóquio demonstrou o grande interesse em firmar uma cooperação econômica por parte de ambos os países. A observadora russa Olga Samofalova garante, no entanto, que o maior objeto de interesse do Japão em relação à Rússia não são suas ilhas Curilas, mas sim no gás.

O encontro de cúpula russo-japonês resultou na assinatura de 68 acordos e contratos comerciais nas áreas de energia, construção de maquinário, indústria química, alta tecnologia, geologia e agricultura.

“Sem dúvida, o que mais interessa ao Japão são os projeto relacionados com combustíveis e energia”, garante a especialista em artigo escrito para o periódico russo Vzglyad.

Segundo ela, o Japão consome hoje enormes quantidades de energia e paga preços altíssimo por este recurso. Sendo assim, o país tem um grande objetivo de reduzir sua custosa dependência energética de países do Oriente Médio.

“Seria difícil de encontrar um parceiro melhor do que a Rússia para diversificar as importações do Japão”, explica Olga.

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Na sua opinião, ao invés de firmar múltiplos acordos entre as maiores empresas de petróleo e gás dos dois países, Rússia e Japão já demonstraram  seu interesse em retomar o projeto de construção do gasoduto Sakhalin–Hokkaido.

“Este projeto já tem mais de 15 anos e suas vantagens são evidentes. O gasoduto não apenas eliminará o problema da estabilidade do fornecimento de gás para o Japão, mas também permitirá comprá-lo a preços muito inferiores”, diz a jornalista.

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“O mais interessante é que os bancos japoneses financiem a construção das novas instalações. (…) E tudo isso pode ser feito apesar da estreita amizade [do Japão] com os EUA e o apoio das sanções contra a Rússia”, destaca a autora.

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