Foto de estrela insólita captada por Hubble surpreende usuários da Internet

© flickr.com / Hubble HeritageGaláxia espiral M106
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A NASA publicou a foto da estrela dupla muito interessante LL, da constelação de Pégaso, cuja aparência incomum obrigou muitos usuários de redes sociais a discutir se o objeto na imagem é uma galáxia ou uma nebulosa, relata o famoso astrônomo e divulgador sobre o espaço Phil Plait.

A página da NASA publica periodicamente fotos de diferentes galáxias, estrelas e aglomerados de estrelas que atraíram ou ainda atraem a atenção dos cientistas. Muitas dessas imagens caem no Twitter e outras redes sociais, assim como se tornam objeto de intensos debates.

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Desta vez, no centro de tais disputas, como escreve Plait no seu Twitter, surgiu uma estrela muito insólita — o sistema binário LL na constelação de Pégaso, distante de nós três mil anos-luz. O sistema, também conhecido como AFGL 3068, foi descoberto pelo Hubble em 2010, e naquele tempo as fotos dele provocaram intensos debates entre pessoas comuns e cientistas.

Estas estrelas estão dentro de uma nebulosa planetária recém-nascida, cuja forma regular e cachos em espiral fizeram muitas pessoas acreditar que eles viam não um par de estrelas em nossa galáxia, mas uma galáxia espiral distante de forma e de cor incomuns.

​Na verdade, isso não é assim — o AFGL 3068 é um par de estrelas não muito semelhantes — um análogo envelhecido do Sol, transformado em um gigante vermelho, e um astro pequeno, que ainda não esgotou as reservas de combustível estelar.

Quando a estrela maior se tornou um gigante vermelho, ela inchou muito e começou ejetando enormes quantidades de matéria no espaço, como resultado as duas estrelas caíram dentro de uma espécie de "casulo" de gás e poeira quase opaco.

A segunda estrela, entretanto, não desapareceu e sua rotação em torno do vizinho agonizante "enrolou" suas descargas, transformando-as em estruturas espirais claramente visíveis nas fotos do Hubble. Este processo, como nota Plait, pode ser comparado com a forma como a água se enrola em uma espiral, se você a lançar através de um pulverizador para o gramado, capaz de girar em torno de seu eixo.

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Neste caso, o "pulverizador" era a estrela jovem, que enrolou o fluxo do vento solar. Cada uma das suas voltas em torno da segunda estrela leva ao nascimento de uma nova espira, cujo número — apenas cinco voltas até hoje — diz que essa estrutura nasceu há relativamente pouco tempo por padrões espaciais, cerca de quatro mil anos atrás.

Curiosamente, essa bela nuvem de gás e poeira não deve ser visível para nós — a luz de uma e de outra das estrelas é completamente absorvida pela espessa camada de poeira e gás em torno do AFGL 3068. Segundo acreditam os cientistas, a fonte mais provável de sua "iluminação" é a luz ambiente de toda a galáxia, a favor da qual fala o fato de que a parte da espiral mais próxima do centro da Via Láctea é melhor visível para nós do que a outra metade da nebulosa.

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