Jornalistas ucranianos fazem greve em canal internacional

© AP Photo / Laurent Cipriani Sede do canal Euronews na França
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O canal de televisão internacional Euronews enfrenta a sua primeira greve, comandada pela redação ucraniana e apoiada por trabalhadores de outras redações.

Segundo relata o site Evropeiskaya Pravda, os trabalhadores pararam a transmissão durante algumas horas, em sinal de protesto contra os planos de reorganização previstos. A partir do próximo ano, a redação ucraniana da Euronews deixará de existir, já a inglesa, a francesa e a russa serão ampliadas.

Criado há 20 anos, o canal de TV contou com os esforços de várias cadeias televisivas europeias (incluindo a russa VGTRK com 7%). O Euronews transmite notícias sobre acontecimentos mundiais do ponto de vista europeu. O canal tem edições em vários idiomas, sendo elas financiadas pelo respectivo país de origem.

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A redação ucraniana surgiu em 2011, durante a presidência de Viktor Yanukovich, presidente afastado depois dos acontecimentos no Maidan e que, hoje em dia, é acusado de ser "pró-russo". O escritório central do Euronews assinou um acordo que previa o pagamento de 5 milhões de euros pela Ucrânia até 2017, para que o canal ucraniano recebesse os direitos de transmissão.

Depois do golpe, ocorrido na Ucrânia em fevereiro de 2014, as novas autoridades deixaram de pagar a sua quota, mas a redação ucraniana continuou funcionando graças ao dinheiro recebido de outros países. Vale ressaltar que ele tampouco deixou de funcionar quando, em março de 2015, o Conselho Nacional de Televisão e Radiodifusão da Ucrânia retirou o canal do ar da televisão ucraniana.

"Até 2014, não existia nenhum tipo de confronto entre a redação russa e ucraniana. Trabalhávamos e criávamos materiais similares. No entanto, em 2014, a redação ucraniana tomou uma posição muito politizada e até mesmo nacionalista. Por exemplo, usavam a palavra 'história' para se referir aos acontecimentos na Crimeia, enquanto que a redação russa tentava evitar esse tipo de qualificativos", contou à Sputnik França uma funcionária da Euronews, que preferiu não ser identificada.

Em 2017 expira o prazo do contrato original, que prevê o encerramento definitivo da redação ucraniana, por não pagamento da quantia acordada, como também a não devolução dos direitos de transmissão no país. A notícia provocou a greve dos editores ucranianos, que se uniram com funcionários das emissoras das línguas persa e árabe, que também correm o risco de serem demitidos.

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A história parece ser mais irônica. O portal ucraniano Glavkom publicou os testemunhos de uma funcionaria ucraniana, que conta como os funcionários de sua redação tentaram burlar a lei francesa (o escritório principal da Euronews está localizado em Lyon). As pessoas com contrato por tempo indeterminado deveriam receber outro posto de trabalho de acordo com seu nível profissional.

Para não perder o trabalho, vários empregados da redação ucraniana expressaram o desejo de passar à redação russa, uma vez que sabem bem o idioma. E eles receberam resposta negativa.

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