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MPF: Cabral era o 'cabeça' de esquema de corrupção com construtoras

© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência BrasilSérgio Cabral Filho
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Os Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) detalharam nesta quarta-feira (7) as acusações contra o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, e outras 12 pessoas presas na Operação Calicute, um desdobramento da Operação Lava Jato.

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Justiça determina prisão preventiva da mulher de Sérgio Cabral
De acordo com os procuradores, Cabral era o cabeça de todo o esquema de corrupção e do pagamento de propinas na realização de grandes obras no Rio, como a do Maracanã e do Arco Metropolitano, envolvendo principalmente a construtora  Andrade Gutierrez.

A denúncia do Ministério Público Federal se baseou em 21 fatos, onde a maior parte envolve lavagem de dinheiro com altas quantias. Somente em relação a compras de joias, feitas por Sérgio Cabral Filho e a mulher dele, Adriana Ancelmo,  são de R$ 6,5 milhões. Há ainda a lavagem de dinheiro de R$ 2,4 milhões em falsos contratos entre o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo e algumas empresas, como a Reginaves e outros R$ 2,5 milhões também referentes a contratos fictícios do escritório da mulher de Cabral com a Portobello Resort, além de R$ 5,3 milhões na compra de uma lancha Manhattan, que apesar de não estar no nome de Sergio Cabral, pertencia e era usada pelo ex-governador e a família.

Segundo o Procurador da República, Eduardo Ribeiro Gomes El Hage, Cabral utilizava no esquema de corrupção empresas parceiras para fazer a lavagem de dinheiro, misturando ativos lícitos e ilícitos para ocultar o crime.

"Uma vez a organização criminosa tendo obtido esse dinheiro em espécie da propina, ela injetava esse dinheiro em algumas empresas que de fato existiam. O dinheiro em espécie era depositado nas empresas, era misturado com os ativos lícitos que elas de fato possuíam e mediante a celebração de contratos fictícios com as empresas de Carlos Miranda, Adriana Ancelmo e do Luis Carlos Bezerra esse dinheiro então era lavado."

Conforme a denúncia, Cabral recebeu mais de R$ 7 milhões em propina em pagamentos mensais em espécie realizados no período entre 2007 e 2011, além de uma doação nas eleições de 2010, de R$ 2 milhões, relacionados a serviços prestados pela Andrade Gutierrez ao governo do Rio.

Nas investigações foi descoberto que Sergio Cabral cobrava uma taxa de 5% sobre o preço das obras do governo feitas pela construtora, e mais 1% para o então secretário estadual de Obras, Hudson Braga. Também são analisados contratos de mais de R$ 1 milhões entre o escritório da mulher de  Cabral e o grupo EBX, que pertence ao empresário Eike Batista.

Adriana Ancelmo está presa desde à noite desta terça-feira (6), no Complexo de Gericinó, Em Bangu, na Zona oeste do Rio. De acordo com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, a mulher de Sérgio Cabral Filho está no presídio Joaquim Ferreira, ocupando uma cela individual na unidade, que é utilizada por presos com curso superior.

Segundo os procuradores, a prisão de Adriana foi pedida, porque o dinheiro apreendido no apartamento do casal é uma prova de que a quadrilha continuava operando, mesmo depois que importantes integrantes do esquema já tinham sido presos.

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