'Nada de pessoal': o que está por trás da fúria de Ash Carter contra a Rússia

© REUTERS / Ruben SprichO secretário de Defesa americana, Ashton Carter, participa da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, em 22 de janeiro de 2016
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O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, acusou a Rússia de ser conduzida por "ambições descaminhadas e ressentimento deslocado" que levaram ostensivamente à "agressão" de Moscou contra a Ucrânia e a atividades "contraproducentes" na Síria.

O analista político Victor Olevich disse que as observações de Carter refletem o declínio da influência da América no mundo.

"Os Estados Unidos sempre culparam a Rússia, e Ashton Carter desempenhou um papel principal neste processo. Mas não há nada de pessoal nisso", disse ele ao serviço russo da Rádio Sputnik.

"O objetivo principal para o establishment da política externa dos EUA é garantir o papel fundamental da América no mundo, algo a que Washington tem estado habituado desde as décadas de 1980 e 1990. Eles estão tentando manter a Pax Americana."

Esta ordem mundial dominada pelos EUA, segundo a ideia de Olevich, está erodindo.

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Os americanos "veem que a Rússia, a China e outros Estados estão subindo, que a influência internacional da Rússia está crescendo e que os Estados Unidos não são mais capazes de controlar os processos globais como antes. Eles estão reagindo. Esta reação é frequentemente nítida, forte e infundada. É por isso que os comentários de Carter não são surpreendentes", explicou ele, se referindo a um discurso que o chefe da Defesa dos EUA deu no Fórum Reagan de Defesa Nacional no dia 3 de dezembro.

Olevich advertiu ainda que a Rússia não deveria esperar que a retórica emanada de Washington mude para melhor quando a administração Trump assumir o cargo.

"O próximo chefe do Pentágono assumirá o cargo seguindo a administração de Trump em 20 de janeiro. Ele será o General James Mattis, a quem os republicanos e o establishment político e militar dos EUA veem como um comandante bem-sucedido. Mattis, conhecido como 'Cão Louco', não precisará do conselho de Carter quando se tratar da Rússia. Esta é a pessoa que fez inúmeras observações politicamente incorretas sobre como os EUA devem enfrentar seus adversários", observou o analista.

No entanto, Olevich ressalvou que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, será o único a dar o tom na política externa. Os primeiros meses da sua presidência mostrarão se ele é capaz de "controlar" os responsáveis oficiais pela Defesa dos EUA e os comandantes militares.

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