A História se repete? Kiev estuda exemplos de como lidar com rebeldes

© AP Photo / Vadim GhirdaSoldados ucranianos perto de um tanque nas posições perto da cidade de Mariupol, em Donbass
Soldados ucranianos perto de um tanque nas posições perto da cidade de Mariupol, em Donbass - Sputnik Brasil
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Desejando parecer pacificador, o primeiro-ministro croata Andrej Plenkovic propôs à Ucrânia usar a experiência de "reintegração pacífica dos territórios ocupados" de Lugansk e Donetsk. O Ministério russo das Relações Exteriores já expressou a sua preocupação com a possível cooperação.

A Ucrânia repete o destino da Croácia?

Em 1995, na República Sérvia de Krajina foi realizada uma operação em resultado na qual cerca de 250 mil sérvios fugiram da região. Ao mesmo tempo, em outras regiões da Croácia que têm fronteira comum com a Sérvia a variante militar foi excluída já que poderia resultar na intervenção da Sérvia ou até da Rússia. 

Na verdade, as situações na Croácia e Ucrânia são parecidas. 

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Em ambos os casos, uma parte dos cidadãos se rebelou contra a opressão pela minoria. Em ambos os casos, os cidadãos dessas regiões são vistos como ocupantes. Mais uma semelhança é que o Ocidente apoia, pelo menos indiretamente, as ações dos dois países.

Teoricamente, a experiência da Croácia seria útil para a Ucrânia.

Poderá Zagreb tomar uma decisão de livre vontade?

É necessário tomar em conta dois fatos. Primeiro, a Croácia é membro da OTAN. Segundo, antes de iniciar a reintegração, houve um fluxo de conselheiros militares, ex-comandantes norte-americanos para a Croácia. (O que acontece também na Ucrânia.) Consequentemente, Zagreb tem poucas chances de ajudar Kiev sem consultar os EUA. 

Donetsk e Lugansk vão ficar contentes com a reintegração?

Olhando para os sérvios, a resposta será não. O secretário-geral da organização não-governamental Fórum Popular Sérvio, Zoran Kojic, afirmou:

"Observamos que os direitos da minoria étnica são completamente ignorados. Por isso, receio que a repetição da experiência na Ucrânia tenha consequências indesejáveis. Por exemplo, a população vai abandonar o Donbass, como aconteceu em Vukovar em 1997, 2000 e 2016. Além disso, se nota negligência para com o desenvolvimento econômico e de outro tipo das zonas reintegradas, sem falar dos direitos constitucionais da minoria."

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A reintegração será pacífica?

Sabe-se que Zagreb integrou as regiões habitadas por sérvios não só pacificamente, mas também usando a força. Segundo o historiador e professor da Universidade Estatal das Humanidades da Rússia, Vadim Trukhachev, nas cabeças dos políticos ucranianos já madureceu um cenário de força para a resolução da crise do Leste da Ucrânia de acordo com a experiência croata. Na verdade, esta é uma má experiência.

"Aquilo que as autoridades croatas fizeram na República Sérvia de Krajina pode ser chamado de genocídio e limpeza étnica, não tenho outra definição. Acho que Zagreb pode ajudar Kiev explicando aos dirigentes ucranianos todas as falhas e méritos de tais ações. Entretanto, acredito que a Ucrânia já escolheu definitivamente a variante militar… Por outro lado, a Croácia foi apoiada na altura pela OTAN na diplomacia e aspeto militar. Vai a OTAN apoiar a Ucrânia, especialmente nas condições atuais? Não tenho a certeza", disse o especialista.

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