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Yes! Também já temos nosso Donald Trump

© Beto Barata/PRTemer e Roberto Justus
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O Brasil já tem seu candidato a Donald Trump na eleição presidencial de 2018. Ao término da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o "Conselhão", em Brasília, na segunda-feira, o publicitário e empresário Roberto Justus admitiu que pode concorrer ao pleito, embora ainda não tenha partido.

As semelhanças com o presidente eleito americano, que toma posse em 20 de janeiro, são muitas. Assim como Trump, Justus é um empresário bem sucedido. Filho de pais húngaros, comanda o Grupo Newcomm, fundado por ele em 1988 e hoje um dos maiores de publicidade e mídia do Brasil e da América Latina. Em 2004, fez incursão na TV com um reality show famoso, "O Aprendiz" — nos mesmo moldes de The Apprendice", de Trump — e atualmente estrela o "A Fazenda", uma das maiores audiências da Rede Record de TV.

Aos 61 anos, integra a elite de empresários bem sucedidos que se aventuram no mundo da política, assim como aconteceu há pouco tempo com João Doria Jr., que obteve carreira meteórica, de dublê de empresário e apresentador de TV a novo prefeito de São Paulo após uma eleição vencida logo no primeiro turno.

Para Augusto Cattoni, cientista político e pesquisador do Instituto Atlântico, o surgimento da candidatura de Justus e a eleição de Dória significam o descrédito dos políticos tradicionais. 

"Isso é um fenômeno mundial, não apenas uma 'jabuticaba', e está ocorrendo em todos os países do mundo. Acaba de ocorrer nos Estados Unidos com o Donald Trump. Na Europa o mesmo fenômeno ocorre, em particular na França, onde os políticos tradicionais estão desacreditados", diz Cattoni, lembrando que na América do Sul eleições recentes levaram ao poder empresários ou economistas que entraram para política, como Maurício Macri, na Argentina, que pôs fim a 15 anos de kirchnerismo, e Pedro Pablo Kuczynski, de 78 anos, que venceu as eleições no Peru.

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O cientista social observa que, em São Paulo, João Dória, tinha por trás um partido de peso (PSDB) e um padrinho de peso que é o Alckmin, que deve ser candidato à presidência pelo PSDB. Cattoni diz que Justus por enquanto não tem nenhum padrinho, mas acha que será muito fácil um partido lhe oferecer legenda, "o que é preocupante de certa forma." 

"Está ocorrendo uma chacoalhada no meio político. Os políticos tradicionais estão todos desacreditados. A gente nota, inclusive agora nesse período de ajuste fiscal, que eles só querem garantir, não direitos, mas seus privilégios, enquanto todo o mundo está passando por dificuldades enormes no Brasil. Dá para entender muito bem porque surjam outros nomes."

Justus, segundo ele, pode ser o primeiro de uma fila de outros que estão por vir, como juízes atuais ou passados do Supremo. O leque é muito grande, na opinião do especialista. Com relação aos escândalos que se sucedem na imprensa, envolvendo corrupção e desvio de recursos por parte de políticos, Cattoni é incisivo:

"A roubalheira do Collor é fichinha perto do que está acontecendo agora. Collor era um amador. Se você compara com o que aconteceu com a Petrobras e empresários, é de uma ordem de valor que o Collor não tem nada a ver com isso. O Brasil chegou a um nível de profissionalismo da corrupção que é impressionante e amedrontador."

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