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Novos conselheiros do governo mais ouvem do que falam

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O novo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, mais conhecido como "Conselhão", fez nessa segunda-feira, 21, sua primeira reunião após ter 70% de seus integrantes mudados com o governo Temer. Em uma reunião no Palácio do Planalto, no entanto, os 96 conselheiros mais ouviram do que falaram.

O presidente Michel Temer usou boa parte do tempo no discurso enumerando as ações propostas pelo governo para a retomada do desenvolvimento e voltou a fazer críticas à gestão de Dilma Rousseff tanto na economia quanto na política.

"No Brasil que encontramos não havia apenas um déficit fiscal. Havia também, lamento dizer, um déficit de verdade", disse o presidente, afirmando que o Brasil só sairá da crise, se "trocarmos o ilusionismo pela lucidez".

Entre os novos conselheiros, alguns "sobreviveram" da época do "Conselhão" de Dilma. É o caso de Luiz Carlos Trabuco Cappi (Bradesco), Jorge Gerdau (Gerdau), Luiza Trajano (Magazine Luiza), Robson Braga (CNI), entre outros. Outros, porém, politicamente menos alinhados com a atual gestão, perderam os cargos, como o ator Wagner Moura, o escritor Fernando Morais, Rafael Marques (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) e Camila Lanes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), entre outros. Entre os estreantes, Raí (ex-Seleção Brasileira), Bernardinho (Seleção de Vôlei), o empresário Roberto Justus e o ator Milton Gonçalves.

Camila Lanes, presidente da UBES, que até janeiro deste ano ocupava um assento no conselho, resume a diferença entre os dois momentos da entidade.

"É um abismo de diferenças. O plano de governo Temer, desde o seu início, tem colocado uma total investida contra os direitos trabalhistas e sociais, principalmente contra os estudantes, uma postura em que não busca dialogar. Não que a UBES fosse dialogar, porque nós não dialogamos com governo golpista. A representação do que é esse novo conselho nada mais é do que o governo Temer busca na sociedade: a representação de cada setor da forma com que foi colocada. A retirada dos direitos sociais é uma clara demonstração do que é a 'Ponte para o Futuro'" (conjunto de medidas apresentadas pelo PMDB à presidente Dilma, quando ainda no poder no início do ano).

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Camila recorda que na reunião do "Conselhão" no começo do ano, Nelson Barbosa (então ministro da Fazenda) fez uma explanação da economia e as dificuldades à época, assim como a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a própria presidente Dilma. 

"Foi pedido a cada um em seu setor sugestões sairmos da crise. Depois das apresentações, foram formados grupos de cinco conselheiros, que elaboraram propostas que foram depois apresentadas à mesa. Foram colocados em votação cinco eixos de ações básicas. Não foi a presidenta a falar em um breve jantar, foi uma reunião em que ela quis ouvir os conselheiros." 

Camila diz que, como estudante, já não mais se sente representada no "Conselhão".

"Hoje, infelizmente, não existe mais nenhuma entidade estudantil ou que possa representar ou falar pelo 50 milhões de estudantes. Não sei quais são os planos de Temer. Não sei se ele está fazendo aquilo uma grande bancada de negócios." 

O "Conselhão" foi criado em 2003, na gestão do então presidente Lula, para ser um canal de assessoramento do Executivo para ajufar no estabelecimento de políticas públicas. Cabe ao presidente nomear os conselheiros. O último encontro oficial aconteceu em janeiro e o próximo está marcado para 7 de março de 2017. 

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