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Brasil volta a cair no ranking, desta vez de dopagem

© Marc Braiban/AFPBrasil doping
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A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) voltou a punir o Brasil por inadequação nos critérios antidoping. Em reunião em Glasgow, na Escócia, a agência descredenciou a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) por estar fora dos padrões de conformidade com o Código Mundial Antidoping.

A decisão, tomada em reunião do conselho de fundadores da entidade, também descredenciou as agências do Azerbaijão e da Indonésia.

Essa não é a primeira vez que o Brasil é punido nessas avaliações. Em outubro, durante a coleta de amostras antidopagem para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, um grupo de observadores independentes da Wada criticava a falta de pessoal treinado para controle de doping, falha de manutenção nas estações de controle, problemas de acesso dos fiscais de doping às áreas de imprensa, falta de equipamentos nos centros de controle, desconhecimento da localização de atletas fora da competição, entre outros problemas.

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O novo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (JAD) passará a ser o responsável mundial por julgar casos de doping. A nova legislação da Wada critica a forma como os processos são avaliados atualmente, com tribunais dentro das federações de cada país.

A Sputnik Brasil tentou entrar em contato com o secretário nacional da ABCD, Rogério Sampaio, mas foi informada, pela assessoria da entidade, que ele se encontra na Escócia, onde acompanhou a reunião do conselho da Wada. A ABCD, no entanto, enviou nota oficial à Sputnik com as seguintes informações:

"O Brasil tomou conhecimento neste domingo, dia 20, da decisão da Wada de declarar o país em não conformidade com o Código Mundial Antidoping. Embora respeitemos a autonomia da Agência Mundial Antidoping, discordamos integralmente dessa decisão. Temos adotado todos os procedimentos sugeridos pela Wada, a quem mantemos informada dos passos que havemos dado. Em outubro, por exemplo, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e o secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Rogério Sampaio, estiveram na sede da agência internacional, em Montreal (Canadá), e detalharam o cronograma que está sendo seguido para a instalação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem."

Segundo a ABCD, o Brasil se preparou muito bem para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos realizados no Rio de Janeiro neste ano, recebendo elogios de todo o mundo. 

"Cumprimos todos os compromissos assumidos, como, por exemplo, reequipar o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem para que pudesse ser utilizado (como foi) durante os Jogos. Em março, uma portaria publicada no Diário Oficial da União instituiu o Código Brasileiro Antidopagem, outra exigência da Wada, e, em 29 de julho, foi sancionada a Lei 13.322/2016, que prevê a instalação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem."

A nota da ABCD lembra que, logo após a sanção da lei, o país sediou as Olimpíadas as e Paralimpíadas, entre agosto e setembro. Passado esse período, houve indicação dos membros que vão integrar o Tribunal. A aprovação dos nomes, como prevê a legislação brasileira, deve se dar pelo Conselho Nacional de Esportes. Reunião para essa finalidade está agendada para o dia 28 deste mês.

"Uma vez sancionados os nomes escolhidos, o tribunal será instalado em fevereiro do ano que vem. Isso se dá por uma questão legal. O Brasil tem leis próprias que devem ser respeitadas por entidades internacionais que, às vezes, trabalham com prazos próprios sem atinar para a ordem jurídica dos países. A lei que criou o tribunal é deste ano e, portanto, a instalação desse órgão não poderia se dar ainda em 2016 porque não havia previsão no Orçamento, que, como todos sabem, é aprovado no ano anterior. Para 2017, já há previsão orçamentária para a instalação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem."

"Lastimamos profundamente a decisão da Wada e esperamos que essa medida seja revertida o mais brevemente possível e que a agência internacional trabalhe em conjunto com o Brasil para evitarmos incidentes prejudiciais à prática honesta do esporte, como ocorrido recentemente", finaliza a nota.

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