OTAN continua matando na Sérvia

© Sputnik / Maksim Bogodvid / Acessar o banco de imagensEdifícios destruídos pelos bomardeamentos da OTAN em 1991
Edifícios destruídos pelos bomardeamentos da OTAN em 1991 - Sputnik Brasil
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Ao contrário daquilo que habitualmente se pensa, a guerra nem sempre termina com os acordos de paz ou a ausência de bombardeamentos. Às vezes o ‘legado’ do conflito permanece por muito tempo, continuando a causar vítimas entre a população civil. Foi isso que aconteceu à Servia após a guerra que abalou o país no final dos anos noventa.

Bombas de fragmentação, que não detonaram durante os bombardeamentos da OTAN em 1999, ainda existem em partes do território sérvio com uma superfície total de 3 milhões de metros quadrados. Outro 'brinde' da Aliança são as munições aéreas que estão esperando por suas vítimas em mais de 150 áreas do país.

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Temos de considerar também as minas terrestres que permaneceram no terreno após a insurgência no vale de Presevo (hostilidades no sul da Sérvia entre as tropas da Iugoslávia e terroristas albaneses do Exército de Libertação de Presevo, Medveda e Bujanova entre 2000 e 2001) e que 'cobrem' um território de 2 milhões de metros quadrados. Estas informações foram confirmadas à Sputnik pelo Centro de Desativação de Minas sérvio.

Até novembro de 2016, um território que abrange cerca de 20 milhões de metros quadrados foi limpo de munições não detonadas. Neste ano, foi executado o projeto de neutralização de minas nas regiões adjacentes à cordilheira montanhosa de Kopaonik: em um território de 70 mil metros quadrados foram encontradas nove projéteis de fragmentação.

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A propósito, ao longo dos últimos 4 anos, quatro sapadores morreram e dois ficaram gravemente feridos durante os trabalhos de desativação de minas em Kopaonik. Porém, 93% das vítimas deste ‘legado da OTAN’ e dos conflitos da década de 90 são civis, na sua maioria – crianças. 

A maior parte das bombas de fragmentação (ou 'bombas cluster') ainda se encontra no município de Srem, uma região vizinha da capital. Até hoje continuam sendo perigosas as águas dos dois maiores rios sérvios – o Sava e o Danúbio. Na maioria dos casos, as munições mortais são encontradas por baixo das pontes que em 1999 foram destruídas por bombardeamentos.

A neutralização das munições de fragmentação exige grandes financiamentos, uma abordagem particular e treinamento suplementar dos sapadores e pirotécnicos. Devido às suas particularidades de construção, as bombas de fragmentação não podem ser desarmadas ou movimentadas, já que neste caso qualquer contato pode causar uma explosão. É por isso que elas são destruídas no local onde são descobertas. 

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Um papel importante na neutralização de munições tem sido desempenhado tradicionalmente por técnicos russos. Entre 2008 e 2015, foram mais de 200 os especialistas do Ministério para Situações de Emergência da Federação da Rússia que concluíram cursos de treinamento em conformidade com os padrões internacionais da atividade de desminagem.

Ao longo de 8 anos, mais de 4 milhões e 600 mil metros quadrados do território sérvio foram limpos de minas e bombas de fragmentação graças ao esforço conjunto de especialistas russos e sérvios. O território livre de explosivos regressou à atividade econômica. Foram encontradas e desativadas cerca de 13 mil munições.

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