Especialistas: EUA continuarão contendo China durante nova administração

© AP Photo / Pu HaiyangChina está equipando seus desróiers com mísseis antinavio que poderá ser um desafio sério para defesa naval dos EUA
China está equipando seus desróiers com mísseis antinavio que poderá ser um desafio sério para defesa naval dos EUA - Sputnik Brasil
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Com a nova administração, os EUA terão que reagir rigorosamente às derrotas que Barack Obama sofreu da China.

Os especialistas russos deram entrevista à Sputnik Internacional às vésperas das eleições presidenciais nos EUA expondo suas visões sobre o assunto. Segundo eles, os EUA continuarão projetando força com objetivo de conter a China em termos político-militares e econômicos.

O vice-diretor do Instituto dos EUA e Canadá, Pavel Zolotarev, decidiu não dar palpites sobre possível resultado das eleições. Na opinião dele, o futuro das relações entre os EUA e a China vai depender mais da administração do próximo presidente, do que mesmo quem será eleito – Hillary Clinton ou Donald Trump.

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No entanto, Zolotarev acha que o rumo estratégico dos EUA não vai alterar muito, e será focado na contenção da China e conservação das fortes relações entre as duas potências. Porém, o especialista aponta que Washington não vai se limitar apenas com a China e tentará buscar outros parceiros para construir relacionamento mutuamente vantajoso na área de economia. Por exemplo, o Vietnã.

"Na área militar, os EUA continuarão tentando projetar a força na região do Sudeste Asiático. O principal instrumento para isso são grupos aéreos de ataque. Por parte da China, a principal ameaça à projeção desta força é o potencial de mísseis de médio alcance convencionais e também, de mísseis com ogivas nucleares", ressalta Zolotarev.

Segundo ele, os EUA vão seguir reforçando o sistema de defesa antimíssil na região. Como exemplo, Zolotarev cita os complexos THAAD.

Aleksandr Larin, especialista na área das relações entre os EUA e a China do Instituto do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, acredita que o curso do novo governo dos EUA não dependerá de quem ganhe as eleições presidenciais.

"Os EUA e a China estão realizando luta por influência, por um lugar mais firme, por vantagens econômicas e pelo controle da região do Sudeste Asiático", destaca Larin.

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Segundo ele, nessa mesma região, a China tem fortalecido suas posições no mar do Sul da China e atraiu as Filipinas e a Malásia para o seu lado. Larin destaca que, com maior grau de probabilidade, estes dois países dão preferência à cooperação com a China, ao invés dos EUA.

"Os EUA perderam o duelo para China sobre o controle do mar do Sul da China", assinala Larin.

Na opinião do especialista, a nova administração norte-americana terá que enfrentar a nova China, mais forte, que está expulsando os EUA da região do Sudeste Asiático e do Círculo do Pacífico em geral.

O economista-chefe do Instituto do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, Yakov Berger, sugere que, a disputa entre as duas potências quando analisado quem, atualmente, faz parte de parcerias econômicas mais significativas – Parceria Transpacífico, Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, sigla em inglês), o Novo banco do desenvolvimento dos BRICS (NBD), aumentará o empenho da China, tornando-a economia mais forte do mundo.

Embora Berger ache que as relações entre os dois países na área da economia serão mantidas, a prática de criação de várias uniões contra a China continuará, qualquer que seja o próximo presidente dos EUA.

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É interessante que Yang Mian, especialista do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Comunicações em Massa da China, compartilha a opinião dos especialistas russos e acha que, apesar das diferenças das plataformas políticas de Clinton e Trump, é pouco provável que o novo governo norte-americano desista das tentativas de conter a China.

"O lado forte de Trump é a política de isolacionismo, enquanto Clinton está focada no intervencionismo, mas ambos são quase unânimes em relação às políticas contra a China", conclui.

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