Nesta quarta-feira (26) os eurodeputados aprovaram a criação de um exército da União Europeia. O projeto começará pelos respetivos estudos preliminares, que vão custar de 50 a 100 milhões de euros e serão efetuados entre 2017 e 2020. Em 2021 e até 2027 o primeiro programa será substituído por um estudo mais pormenorizado e já precisará de maior financiamento: 3,5 bilhões de euros.
O comentador político e econômico e assistente ministerial britânico Rodney Atkinson concedeu uma entrevista exclusiva à Sputnik Internacional na qual falou sobre o assunto:
"É pouco provável que isto aconteça. Os países-membros da União Europeia mal conseguem pagar as suas contribuições à OTAN para manter a segurança a um nível decente, se compararmos com os outros países da aliança. Em segundo lugar, a própria ideia de criar um exército da Europa não tem muito sucesso entre os países do bloco, especialmente na Europa do Leste”, afirmou o perito, acrescentando que a UE está se afastando cada vez mais do sistema centralizado burocrático, que também não contribui à realização de tal iniciativa.
Atkinson também destacou que, quando qualquer sistema está fraco, a melhor defesa para ele é um ataque e intimidação dos vizinhos, e citou o eminente diplomata norte-americano Henry Kissinger, que durante seu discurso em Moscou falou:
“A força da turbulência global hoje em dia excedeu o poder da sabedoria política do Estado”.
O perito também demonstrou um conhecimento profundo da história da Rússia, frisando que Moscou muitas vezes foi alvo de políticas expansionistas de outros países, enquanto a Grã-Bretanha travou imensas guerras em todo o mundo. Para concluir, disse:
“Mas olhe, o que está acontecendo não é normal. Não é normal que a gente esteja inventado um inimigo e tenha cedido à paranoia. Isso não teria acontecido se estivéssemos vivendo em um mundo civilizado e compreendêssemos bem a situação geopolítica”.