‘Há algo de profundamente perturbador nas incessantes acusações contra a Rússia’

© AP Photo / Carolyn KasterPresidente russo Vladimir Putin e presidente norte-americano Barack Obama reunem-se nas margens da cúpula do G20, México, 18 de junho de 2012
Presidente russo Vladimir Putin e presidente norte-americano Barack Obama reunem-se nas margens da cúpula do G20, México, 18 de junho de 2012 - Sputnik Brasil
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Não é preciso estar apaixonado pela personalidade do líder russo Vladimir Putin para entender que tem sido cada vez mais fácil para políticos do Ocidente culparem a Rússia do que considerar os verdadeiros das crises atuais, afirma a revista britânica Spiked.

"Muitas pessoas parecem sentir-se perfeitamente confortáveis com esta animosidade contra a Rússia” – destaca colunista britânico Tim Black.  Como exemplo, ele cita a cidade síria de Aleppo e argumenta, que, para muitos políticos ocidentais é vantajoso colocar a culpa na Rússia para assumir o papel de "defensores da paz".

Ao mesmo tempo, segundo ele, o Ocidente faz vista grossa à sua própria cumplicidade na destruição da Síria, ao seu “desejo ignorante" de derrubar o presidente Bashar Assad e de apoiar os jihadistas, e isso sem mencionar o seu próprio bombardeio à Síria e ao Iraque ao longo de anos.

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Para Tom Black, o mesmo aconteceu durante os Jogos Olímpicos no Rio, quando a mídia deu um destaque muito maior ao “sistema estatal de doping” da Rússia do que jamais foi dado a outros escândalos de corrupção no mundo dos esportes, como foi o “caso de Lance Armstrong, da empresa BALCO e dos ciclistas britânicos”, entre outros mencionados pelo autor.

Em seguida, o artigo denuncia as incitação para uma nova Guerra Fria, com destaque para as acusações apresentadas à Rússia com relação ao seu suposto envolvimento em ataques cibernéticos contra o sistema eleitoral dos EUA.

“Não é preciso ser um estudante de relações internacionais para se dar conta de que a indignação pela interferência da Rússia – segundo os EUA – nas eleições americanas é um pouco exagerada, levando em conta que os próprios EUA interviram por décadas em assuntos democráticos de outras nações” –  explica o Tim Black.

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Na sua opinião, as tentativas de apresentar a Rússia como “um problema ameaçador” ou “uma potência militar a ser detida” são totalmente equivocadas. Segundo ele, as ações de Moscou “podem parecer bruscas”, mas se dão em resposta a ações de ouros países: “a Rússia não procura se expandir, mas se preservar”. 

O sonho de recriar um tipo de Império russo não de Putin, mas sim de alguns políticos ocidentais que sentem falta de “‘certezas’ associadas à época da Guerra Fria”, defende o artigo.

“O problema aqui não está na Rússia, mas na imagem da Rússia que se instala na mente coletiva do Ocidente. Isso alimenta as tensões já existentes e potencialmente converte disputas negociáveis em conflitos abertos” – escreve Tim Black.

“A Rússia não é o inimigo mortal do Ocidente, mas a admissibilidade de sentimentos anti-russos é tão notável”, que evoca suspeitas com relação ao real motivo disso tudo, conclui o autor.

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