Ao contrário de Moscou Washington 'não se importa com baixas civis'

© AFP 2023 / SAFIN HAMEDCombatentes curdos Peshmerga observam região próxima a Bashiqa, a 25 km de Mossul
Combatentes curdos Peshmerga observam região próxima a Bashiqa, a 25 km de Mossul - Sputnik Brasil
Nos siga no
Washington tradicionalmente se foca em completar missões de combate com um mínimo de baixas dos EUA e não presta atenção às baixas civis que não sejam norte-americanas, disse o analista político Oleg Glazunov da Universidade de Economia Plekhanov russa à Rádio Sputnik. Mossul não será uma exceção, acrescentou.

Militar do exército iraquiano, no sul de Mossul em 24 de outubro de 2016 - Sputnik Brasil
Washington pede ajuda a Moscou nas investigações dos ataques em Mossul
Glazunov explicou que a operação de libertação da segunda maior cidade iraquiana, onde vivem cerca de 1,5 milhões de pessoas, consiste em sua maioria de combates em zonas urbanas.

"Os aviões militares habitualmente não participam de combates urbanos porque é difícil distinguir os aliados dos inimigos… Para Washington há os cidadãos norte-americanos e os outros, que não representam interesse para os EUA", disse.

A operação russa, inclusive as atividades em Aleppo, mostra que Moscou faz todo o possível para proteger civis.

"Tentamos retirar os militantes de Aleppo para não realizar ataques aéreos contra civis. É melhor eliminar radicais em zonas rurais que na cidade", disse o analista se referindo à pausa humanitária da aviação russa e síria em Aleppo.

Antes, na quinta-feira (27), o representante oficial do Ministério da Defesa da Rússia major-general Igor Konashenkov disse que a Força Aeroespacial russa e a Força Aérea síria se abstêm de realizar ataques aéreos na zona de 10 km ao redor de Aleppo. Além disso, Moscou e Damasco encorajaram civis e militantes desarmados a abandonarem a segunda maior cidade síria através de oito corredores humanitários.

"Os norte-americanos não se importam. Mossul não é uma cidade norte-americana. Os norte-americanos sempre lidaram com baixas civis sem remorsos", lamentou Glazunov. "O objetivo principal para os norte-americanos é realizar a missão com um mínimo de baixas norte-americanas. Não se importam sobre com os outros."

Crianças e mulheres num edifício para civis deslocados em Makhmour, ao leste de Mossul, Iraque (Foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Avião dos EUA bombardeia escola de meninas em Mossul
O analista apontou outras operações realizadas pelos EUA no Vietnã, Afeganistão e Iugoslávia.

"No Vietnã, por exemplo, eles usaram napalm e largaram "tapetes de bombas" sem descriminação. Eles não se importam com quantas pessoas morrem no processo desde que a missão seja completada. Sempre escapam sem sofrer consequências. Nem uma única investigação foi realizada."

A situação na Síria não é melhor.

Na quarta-feira (26), um pesquisador da Anistia Internacional disse à Sputnik Internacional que os EUA não estão fazendo esforço suficiente para avaliar o local a atacar. Em alguns casos, os EUA alvejaram áreas sem objetivo militar claro ou por causa de inteligência inadequada.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала