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Senadores se defendem contra suspeita de atrapalhar a Lava Jato

© José Cruz/Agência BrasilPolícia Federal durante a operação, que prendeu 4 policiais legislativos suspeitos atrapalhar a Lava Jato
Polícia Federal durante a operação, que prendeu 4 policiais legislativos suspeitos atrapalhar a Lava Jato - Sputnik Brasil
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A Polícia Federal desencadeou nesta sexta-feira (21) uma operação no Congresso Nacional, onde foram presos temporariamente quatro policiais suspeitos de obstruir a Operação Lava Jato em defesa de alguns senadores. Foram cumpridos, ainda, mandados de busca e apreensão.

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Entre os policiais presos está o diretor da Polícia Legislativa, Pedro Carvalho, homem de confiança do presidente do Senado, Renan Calheiros, além de Geraldo Cesar de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antonio Tavares.  As prisões foram concedidas pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara da Justiça Federal de Brasília, acatando um pedido da PF.

As investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal tiveram início após denúncia de um policial do Senado. Em depoimento, ele disse que policiais legislativos estariam usando a estrutura da inteligência da Polícia da Casa para fazer varreduras em escritórios e residências de senadores e destruir escutas autorizadas pela Justiça.

Segundo a denúncia, a prática da contrainteligência teria sido realizada não só em Brasília mas também em São Luís, no Maranhão, e em Curitiba, no Paraná. São apontados como parlamentares beneficiados a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), os senadores Fernando Collor (PTC-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA) e o ex-senador José Sarney. 

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que a Polícia Federal apenas cumpriu a determinação da Justiça. Moraes disse que só tomou conhecimento da operação na manhã desta sexta-feira (21).

"O que a Polícia Federal fez foi cumprir a ordem judicial. É uma Operação de uma sequência de operações."

Através de nota, a senadora Gleisi Hoffmann explicou que, após seus imóveis em Brasília e Curitiba passarem por uma ação de busca e apreensão, a parlamentar solicitou a Polícia Legislativa uma varredura eletrônica nos imóveis. No entanto, Gleisi afirmou que fez o pedido com autorização formal e nada foi encontrado.

Já o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que representa o senador Edison Lobão e o do ex-senador José Sarney, nega qualquer irregularidade. Segundo o advogado de defesa, Sarney não solicitou nenhuma varredura, quanto a Lobão,  Antônio Carlos de Almeida Castro disse que o parlamentar faz eventualmente o pedido de varredura, mas em busca de escutas ilegais, que em nada ter a ver com a Lava Jato.

"O ex-presidente Sarney já não é senador há muito tempo, então, não usa os serviços da Polícia Legislativa. Ele tem hoje a estrutura como ex-presidente, mas ele não pediu nenhuma varredura. O senador Edison Lobão ao longo dos anos vez ou outra, ele faz o pedido de varredura. Evidentemente, há uma preocupação de se encontrar uma varredura ilegal, sem nenhuma ligação com Lava Jato."

O senador Fernando Collor divulgou nota através das redes sociais, onde  em que também nega ter se beneficiado "de qualquer ação da Polícia Legislativa do Senado Federal que seja estranha às suas funções institucionais."

O presidente do Senado, Renan Calheiros também divulgou nota sobre a prisão temporária dos quatro policiais legislativos. Calheiros explicou que ações de varreduras de escutas ambientais, se restringem à busca de grampos ilegais e que o Senado vai aguardar o andamento das investigações para tomar providências. Os advogados do Senado acompanham o caso.

"Atividades como varredura de escutas ambientais restringem-se a detecção de grampos ilegais (Regulamento administrativo do Senado Federal Parte II Parágrafo 3, inciso IV), sendo impossível, por falta de previsão legal e impossibilidades técnicas, diagnosticar quaisquer outros tipos de monitoramentos que, como se sabe, são feitos nas operadoras telefônicas. Como de hábito, o Senado Federal manterá postura colaborativa e aguardará as investigações para quaisquer providências futuras."

Todos os presos foram encaminhados para a superintendência da Polícia Federal em Brasília. Eles vão responder pelo crimes de associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal. Somadas, as penas podem chegar a 14 anos de prisão, além de multa.

A Operação no Congresso recebeu o nome de Métis, em referência à deusa grega da proteção, com a capacidade de antever acontecimentos.

 

 

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