Ele indicou como sua prioridade principal as iniciativas para regular os conflitos no mundo. Mas anteriormente todas as tentativas da ONU de fazer regressar a paz ao Oriente Médio não deram certo. Hoje em dia ninguém duvida que a Organização das Nações Unidas precisa de reformas.
"Esta candidatura [de Guterres] convém à Rússia, pois há esperança de que ele vai realmente dirigir esta organização", diz o especialista.
Segundo Gevorg Mirzoyan, com Guterres a ONU receberá uma oportunidade única de fazer parte integrante do mecanismo de governo global. A Organização precisa de uma pessoa que possa reformar e alcançar seus objetivos. Deste ponto de vista, o representante da Europa Ocidental com experiência do cargo de premiê é preferível.
No momento da criação da ONU se pressupunha que seriam criado um estado-maior para operações de paz e tropas da ONU para realiza-las. Mais depois da Segunda Guerra Mundial surgiu o confronto bipolar e esta ideia já não era atual. Neste momento seria a solução ideal, mas há muitas dificuldades ligadas a isso.
Ao longo dos anos, a ONU foi apreciada apenas pela possibilidade de se apresentar da tribuna da Assembleia Geral perante todos os Estados no papel de pacificador, mas quando os EUA ignoraram a posição do Conselho da Segurança relativamente ao Iraque essa imagem pública foi abalada.
Hoje em dia os EUA já entendem que eles não podem governar o mundo de modo unipolar, destaca Gevorg Mirzoyan:
Barack Obama telefonou a António Guterres para parabeniza-lo pela vitória, sublinhando que os EUA continuam apoiando todos os esforços destinados à resolução dos problemas globais. Ao especialista foi perguntado se existe a esperança de que o novo Secretário-Geral não transmita no palco internacional apenas a voz dos EUA.
"Não excluo que o novo líder da ONU se apresente com algumas declarações pró-americanas. Isso é normal, porque os EUA hoje em dia são a potência mais forte do mundo. Em todo o caso, do novo secretário-geral a Rússia precisa não de palavras, mas sim de ações, se aparecer a possibilidade de realizar quaisquer reformas. O novo secretário-geral é capaz fazer isso. A Rússia espera isso", respondeu Gevorg Mirzoyan.