"Não nos aconselhamos com os EUA sobre todos os aspetos das negociações com a Rússia, mas as ideias principais nós, como aliado dos EUA, comunicamos à parte norte-americana. Por exemplo, falamos com Obama sobre a visita de Putin ao Japão em dezembro e, depois, no encontro com Biden em Nova York em setembro, explicamos as nossas ideias sobre como podemos realizar a visita de Putin ao Japão e promover as negociações sobre a assinatura do acordo de paz. Penso que estas explicações estão claras", disse Abe.
"Nas relações com a Rússia agora estamos mudando o que esteve parado ao longo de 70 anos. E isso não é tão simples. Nos encontramos 14 vezes com o presidente Putin, construímos relações de confiança e acordamos que a falta de acordo de paz durante 70 anos não é uma situação normal. A decisão deste problema para ambos os países é uma decisão correta para o futuro dos ambos os países e é necessária para ampliar as oportunidades dos dois países", sublinhou Abe.
"Se o Japão travar as negociações por causa da situação interna política nos EUA, o parceiro [a Rússia – red.] pensará que seria melhor travar negociações com os EUA do que com tal país [Japão – red.]", afirmou.
Em 1956 a União Soviética e o Japão assinaram, após o fim da Segunda Guerra Mundial, uma declaração conjunta que previa que Tóquio receberia as Ilhas de Habomai e Shikotan após a celebração de um acordo de paz, mas a questão das outras duas ilhas não foi discutida. Segundo os analistas, a diferença de estatuto das Ilhas Curilas foi a razão das dificuldades no processo de negociações, que já dura há 70 anos.