Premiê japonês: Relações do Japão com Rússia não dependem dos EUA

© REUTERS / Toru HanaiPrimeiro-ministro do Japão Shinzo Abe
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O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse nas audições no parlamento que tem explicado ao líder norte-americano, Barack Obama, e ao vice-presidente dos EUA, Joseph Biden, a posição de Tóquio sobre a futura visita ao Japão do presidente russo, Vladimir Putin, em dezembro.

"Não nos aconselhamos com os EUA sobre todos os aspetos das negociações com a Rússia, mas as ideias principais nós, como aliado dos EUA, comunicamos à parte norte-americana. Por exemplo, falamos com Obama sobre a visita de Putin ao Japão em dezembro e, depois, no encontro com Biden em Nova York em setembro, explicamos as nossas ideias sobre como podemos realizar a visita de Putin ao Japão e promover as negociações sobre a assinatura do acordo de paz. Penso que estas explicações estão claras", disse Abe.

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O primeiro-ministro respondia à questão de um deputado do Partido Democrata oposicionista, que lembrou que a declaração nipo-soviética conjunta de 1956 não foi realizada essencialmente por causa da oposição norte-americana, havendo receios de que agora a situação possa repetir-se.

"Nas relações com a Rússia agora estamos mudando o que esteve parado ao longo de 70 anos. E isso não é tão simples. Nos encontramos 14 vezes com o presidente Putin, construímos relações de confiança e acordamos que a falta de acordo de paz durante 70 anos não é uma situação normal. A decisão deste problema para ambos os países é uma decisão correta para o futuro dos ambos os países e é necessária para ampliar as oportunidades dos dois países", sublinhou Abe.

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Abe destacou que o Japão não pode desenvolver as negociações com a Rússia fazendo-as depender da situação política interna dos EUA, ou seja, das futuras presidenciais no país.

"Se o Japão travar as negociações por causa da situação interna política nos EUA, o parceiro [a Rússia – red.] pensará que seria melhor travar negociações com os EUA do que com tal país [Japão – red.]", afirmou.

Em 1956 a União Soviética e o Japão assinaram, após o fim da Segunda Guerra Mundial, uma declaração conjunta que previa que Tóquio receberia as Ilhas de Habomai e Shikotan após a celebração de um acordo de paz, mas a questão das outras duas ilhas não foi discutida. Segundo os analistas, a diferença de estatuto das Ilhas Curilas foi a razão das dificuldades no processo de negociações, que já dura há 70 anos.

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