Síria já não existiria, se Rússia não tivesse intervindo

© Foto / Ministério da Defesa russoGrupo aéreo russo na base de Hmeymim, na Síria
Grupo aéreo russo na base de Hmeymim, na Síria - Sputnik Brasil
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O conflito civil na Síria já se prolonga por mais de cinco anos e, segundo a estatística oficial da ONU, já levou as vidas de mais de 400 mil pessoas. De fato, o país passa por uma catástrofe humanitária.

As ações militares forçaram quase metade da população de 23 milhões de habitantes a deixar suas casas. 

A cidade síria de Aleppo distruida pelos ataques aéreos, 24 de setembro de 2016 - Sputnik Brasil
Aleppo se torna habitada de novo (VÍDEO)
A situação na Síria era assim um ano atrás, quando a Rússia decidiu prestar ajuda no contexto da ameaça global do terrorismo. O presidente sírio Bashar Assad pediu ao seu homólogo russo Vladimir Putin para prestar ajuda militar ao seu país na luta contra terrorismo. Na altura foi tomada a decisão de que esta ajuda só seria expressa por apoio aéreo russo para reforçar as ações das tropas do exército sírio. A participação das tropas russas no terreno nunca foi considerada como uma possível variante do desenvolvimento da situação.

Aviões de assalto russos Su-25 no céu da Síria, base aérea de Hmeymim, Síria - Sputnik Brasil
'Participação russa da luta contra terrorismo na Síria evitou desintegração do país'
Não obstante o descontentamento e receios dos Estados Unidos, os ataques da Força Aeroespacial russa foram precisos e levaram a perdas sérias nas fileiras do grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia).

Agora, passado um ano, chegou a altura de fazer um balanço e vários especialistas russos e estrangeiros estão fazendo isso. Uma das questões principais é bastante simples: será que a participação russa mudou de forma drástica o desenvolvimento da situação? 

O editor-chefe do jornal Rússia na Política Global Fyodor Lukyanov partilhou da sua visão da situação com a Sputnik Japão.

"O êxito principal da Rússia é que conseguiu evitar a completa desorganização do Estado sírio. Se a Rússia não tivesse interferido um ano atrás, é provável que Bashar Assad e o próprio Estado da Síria simplesmente já não existissem. No verão e outono de 2015 [inverno e primavera no hemisfério Sul] tal cenário era muito realístico", disse.

Parte velha da cidade de Aleppo, Síria, setembro de 2016 - Sputnik Brasil
'Agora tudo depende da Rússia, Irã e Síria'
Ao mesmo tempo, o especialista nota que seria incorreto dizer que foi atingido algum tipo de regulação política, "já que nenhuma das partes pode vencer por via militar". Mesmo com a ajuda russa, as forças governamentais sírias não têm potencial suficiente para resolver todas as tarefas militares necessárias, acha o especialista.

É importante destacar também que a situação na Síria continua ficando mais complicada com o decorrer do tempo, especialmente com a repetida confrontação mútua entre os EUA e a Rússia relativamente à coordenação das ações no formato comum numa luta conjunta contra o Daesh.

"O nível de desconfiança entre os EUA e a Rússia é de quase 100%. Nesta situação, a guerra informacional faz parte dessa confrontação dentro do conflito sírio. Pois a Rússia na Síria desempenha atualmente um papel vital, ela é quase a protagonista do ponto de vista de sua influência nesse conflito. E isso causa muito descontentamento e irritação aos americanos", notou Lukyanov.

Enquanto a situação está perturbada e incerta, todo o mundo, inclusive o especialista, admite que Rússia atingiu seu objetivo principal de não permitir uma desintegração completa da Síria.

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